A estratégia de Geneilton, bolsonarista contra Humberto Machado
Disputa em cidade goiana ganha outro foco com passagem do ex-presidente Bolsonaro
A crônica política de Jataí nunca mais foi a mesma desde o dia 17 de maio, quando o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro levou o barulhento coro do “mito” à cidade que fica a 321 km de Goiânia – ou seja, 4 horas dirigindo pela BR-060.
Antes, parecia que a oposição ao projeto do emedebista Humberto Machado, muda, inerte, aguardava o pleito de outubro proclamar o nome de Daniel Vilela na disputa.
Agora, o nome que surge com certa simpatia é o de Geneilton Assis (PL), aclamado pelos apoiadores de Jair Bolsonaro no tal desfile-carreata. Em conversa com a reportagem do jornal O Hoje no final da tarde desta segunda-feira (15), ele parece irredutível: tem uma boa chapa à frente do projeto afiançado por “bons partidos”, como o próprio Partido Liberal, Republicanos – que terá a vice -, Progressistas e PRD.
Acerca da visita “ilustre” do ex-presidente Geneilton é pura simpatia. “Imprescindível. Ele mudou a história. O apoio dele é de suma importância”, garantiu o pré-candidato à prefeitura de Jataí.
Para garantir o espaço feminino e, ainda, garantir que há força na chapa, ele convidou para compor a vice um nome importante na cidade: Flaviane Scopel (Republicanos).
E, para dar um sopro de esperança para quem ainda duvida de que é capaz de vencer Humberto Machado, solta o segredo: “A estratégia é gente gostar de gente e conversar com gente.” O slogam vem acompanhado de promessas, como é comumente neste período pré-eleitoral: “[Queremos] tirar Jataí do marasmo. Jataí é uma cidade parada”.
E, ainda, arremata, o nome de Jair Bolsonaro em Jataí: “Nós vamos trazer desenvolvimento”. Ele acredita que gerar emprego é a garantia de mostrar a força da cidade que Humberto Machado, para ele, não tem valorizado
Machado é, como os textos do jornal O Hoje registram desde o ano passado, um “rastro de certeza”: não tem quem possa vencê-lo em outubro. Vale lembrar: Humberto Machado, se vencer, vai para o sexto mandato. Foi eleito prefeito nos seguintes anos: 1997, 2001, 2009, 2013 e 2021. É um vencedor imbatível, como se vê.
O consenso de que Machado é um típico político que aglutina mais do que espalha (apoio) há décadas. Por isso não impressiona que ele deve, sim, chegar ao quarto mandato. Em 2020, embora o prefeito de oposição, que havia sido eleito em 2016 – Vinícius Luz, do PSDB – tivesse apoio de gente graúda, até do próprio MDB, venceu a invencível decisão de Humberto Machado de concorrer em 2020. Ele, claro, foi eleito.
Algo, no entanto, é inegável: mesmo sem o “consenso” popular, o prefeito tem dois aliados de matar de inveja qualquer opositor: todo o staff do Palácio das Esmeraldas. Sim, o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) e, claro, o vice-governador Daniel Vilela que é, inclusive, presidente do MDB estadual. E vem de Humberto Machado o grande entusiasmo para Caiado concorrer ao Palácio do Planalto.
Em março do ano passado, o prefeito fez uma brincadeira ao lado do governador, mirando um dos projetos mais ambiciosos das últimas décadas de um chefe de executivo goiano: a candidatura à Presidência da República. Humberto, como lembraria depois, o vice-governador e presidente do MDB, Daniel Vilela, de que Caiado deixaria “o palácio que Pedro Ludovico construiu [das Esmeraldas e] se mudar para o palácio que Juscelino Kubitschek construiu [do Planalto]”.