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sexta-feira, 20 de dezembro de 2024
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Operação Rei do Gado

Receita Federal investiga sonegação fiscal na venda de gado 

Animais eram vendidos sem notas fiscais para frigoríficos com uso de laranjas de outros Estados, incluindo Goiás

Postado em 18 de julho de 2024 por João Reynol
Receita Federal participou do cumprimento de 26 dos mandados de prisão nos quais havia questões tributárias envolvidas | Foto: Divulgação/Agrodefesa

Nesta quarta-feira (17), a Receita Federal deflagrou a Operação Rei do Gado que visa combater quadrilha que fazia sonegação fiscal de vendas falsas de gados no valor de R$ 1,4 bilhão somente no período de julho de 2020 a abril de 2023. Ao todo foram 50 mandados de prisão em cidades de seis Estados, incluindo um pedido de prisão expedido contra um goianiense. A estimativa é de que tenham sido sonegados R$ 300 milhões em tributos federais.

São cumpridos um mandado de prisão preventiva em Brasília (DF) e 50 de busca e apreensão em endereços nas cidades de Bálsamo, Cardoso, Macedônia, Rancharia, Santa Fé do Sul e Votuporanga, no Estado de São Paulo; Açailândia, Imperatriz e Itinga do Maranhão, no Maranhão; Bambuí e Luz, em Minas Gerais; além de Brasília, Goiânia e Palmas (TO). A Receita Federal participou do cumprimento de 26 desses mandados, em alvos nos quais foi verificado interesse tributário.

Também foi autorizada judicialmente a suspensão do exercício da função de servidores públicos, além do sequestro e do bloqueio de bens dos envolvidos, no montante de R$ 67 milhões. A partir das informações já disponíveis e das provas coletadas nos procedimentos iniciados neste dia 17, a Receita Federal buscará comprovar a identidade dos reais fornecedores do gado vendido com notas fiscais fraudulentas e verificar a regularidade tributária deles.

O esquema de sonegação envolve quatro núcleos principais. O primeiro núcleo é formado por servidores públicos que auxiliaram na inserção de dados falsos em sistemas oficiais e na fabricação de Guias de Trânsito Animal (GTAs) fraudulentas. A GTA é o documento necessário para movimentar animais entre estabelecimentos.

O segundo núcleo é formado por contadores responsáveis pela emissão de Notas Fiscais Avulsas inidôneas a partir das GTAs fraudulentas.

O terceiro núcleo corresponde às interpostas pessoas (laranjas) que constaram como remetentes de mais de 6.947 Notas Fiscais Avulsas inidôneas, no total de R$ 1,4 bilhão, referentes à venda de mais de 448.887 bovinos entre julho de 2020 e abril de 2023. Esse núcleo inclui pessoas físicas líderes do esquema, bem como seus familiares, empresas e funcionários. As notas emitidas em seus nomes foram utilizadas para acobertar gado oriundo de produtores rurais que apresentam indícios de terem omitido receitas nas suas declarações de imposto de renda.

O quarto núcleo é formado por compradores de gado e por transportadores de animais, que são os intermediários das notas inidôneas e fazem a revenda do gado para abate em frigoríficos no estado de São Paulo. 

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