Crise na Venezuela: Lula é pressionado por 30 ex-presidentes
Lula é pressionado a se posicionar contrário à vitória de Nicolás Maduro, que afirma que saiu vencedor do último pleito
O tom que o Brasil, sobretudo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tem adotado em relação à crise na Venezuela, criou um clima de desconfiança de ao menos 30 ex-líderes de nações da Europa e América Latina. Em uma carta que o presidente Lula recebeu nesta segunda-feira (5).
A intenção da carta enviada ao Palácio do Planalto é que Lula assegure o compromisso com a democracia na Venezuela.
“Os ex-Chefes de Estado e de Governo que subscrevem esta mensagem, membros da Iniciativa Democrática da Espanha e das Américas (IDEA), exortamos a Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República Federativa do Brasil, a reafirmar seu inquestionável compromisso com a democracia e a liberdade, as mesmas de que gozam seu povo, e a fazê-la prevalecer também na Venezuela”, diz trecho da carta.
A carta foi redigida pelo grupo de representantes do Idea, um fórum que acomoda 37 ex-líderes mundiais. Entre os que assinam o documento, estão os ex-presidentes Maurício Macri, da Argentina; Álvaro Uribe e Iván Duque; Vicente Fox, do México; Guillermo Lasso, do Equador; Carlos Mesa, da Bolívia.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também integra o fórum, atualmente aliado de Lula, não assina a correspondência que chegou às mãos do mandatário brasileiro.
Venezuela: Nicolás Maduro prende repórteres de televisão do Chile
Esta foi a segunda carta que Lula recebeu desde o início da confusão eleitoral na Venezuela, marcada, inclusive, por crise diplomática entre o governo de Nicolás Maduro e outros países, como a Argentina.
Na primeira carta, o grupo Idea pediu a Lula que reconhecesse a vitória do candidato oposicionista Edmundo González.
Lula, por outro lado, aguarda que o governo de Maduro – um aliado histórico – se posicione divulgando as atas da eleição para uma recontagem dos votos.
Lula ainda não reconheceu derrota de Maduro
A pressão surge porque o presidente brasileiro ainda não reconheceu a vitória de Maduro declarada pelo CNE e cobrou do governo venezuelano na semana passada a divulgação das atas eleitorais, documentos que registram votos e o resultado em cada local de votação e que ainda não foram divulgadas oficialmente por Caracas.