Greve dos funcionários do Hapvida expõe problemas internos do plano de saúde
A decisão é uma resposta às reivindicações não atendidas pela empresa, como o cumprimento da Convenção Coletiva de Trabalho instituída pelo MTE
Os funcionários do plano de saúde Hapvida estão com os serviços paralisados desde o dia primeiro de agosto e segue até a empresa dar um posicionamento. Durante este período, os serviços essenciais serão mantidos em operação mínima (30%), de acordo com as normas legais, para garantir a segurança e o atendimento de urgência aos pacientes.
A decisão é uma resposta às reivindicações não atendidas pela empresa. Após a paralisação que ocorreu no feriado de Corpus Christi, no dia 30 de junho, os trabalhadores solicitaram o cumprimento da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), já homologada no site do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
A técnica de enfermagem, Laura Silva, que também está na Hapvida há cinco anos, expressou sua frustração com a situação atual. “Estamos aqui para cuidar dos nossos pacientes, mas também precisamos ser cuidados. Sem o devido reajuste salarial, ficamos desmotivados e preocupados com o nosso próprio futuro”, desabafa.
A empresa prometeu que cumpriria a exigência, mas não foi o que aconteceu e os funcionários foram surpreendidos no contracheque deste mês de agosto, com a ausência total do primeiro pela empresa.
Ana Souza, Enfermeira, trabalha na Hapvida há seis anos e, durante todo esse tempo, viu a demanda de pacientes aumentar, mas isso não reflete no salário. “Precisamos de um aumento salarial para continuarmos oferecendo um atendimento de qualidade”, comenta.
Carlos Mendes, Técnico de Enfermagem, trabalha no Hapvida há quatro anos e diz estar desanimado. “O custo de vida está subindo, mas nossos salários permanecem os mesmos. Temos que lidar com a pressão constante, sobrecarga de trabalho e ainda enfrentar condições que muitas vezes são precárias”, lamenta.
“O aumento salarial não é um luxo, é uma necessidade para garantir que possamos continuar desempenhando nosso papel de forma eficaz e digna”, finaliza.
Com os salários abaixo do mercado, muitas vezes a jornada extra impacta diretamente nas condições de trabalho e no bem-estar dos profissionais de saúde, o que prejudica a assistência ao paciente, segundo os colaboradores, que atualmente recebem R$ 1500,31.
Mariana Lima, Técnica de Enfermagem, se sente desvalorizada pela empresa. “Estamos sempre à disposição, lidando com emergências e trabalhando além do horário. A falta de reajuste salarial afeta não só nossa motivação, mas também nossa capacidade de continuar oferecendo o melhor atendimento possível aos nossos pacientes”, afirma, ao destacar que o reajuste salarial é uma questão de justiça e reconhecimento.
O recepcionista João Ferreira, que trabalha na empresa há três anos , destaca que ver de perto a dedicação de todos os profissionais que trabalham na concessionária, mas lamenta que a remuneração não acompanha essa dedicação. “Estamos lutando por um salário que nos permita viver com dignidade e que reconheça a importância do nosso trabalho na cadeia de atendimento à saúde”, salienta.
A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa do plano de saúde Hapvida para entender como está o funcionamento e atendimento dos usuários além de entender as negociações com os colaboradores, mas não obteve retorno até o fechamento desta reportagem.