Torres chama atos no DF de insanidade coletiva e nega conivência
Ex-secretário disse que o domingo foi o dia “mais amargo” da vida pessoal e profissional
O ex-secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, se pronunciou na tarde de segunda-feira (9), um dia após os atos de vandalismo de domingo (8). Ele lamentou as “hipóteses absurdas de qualquer tipo de conivência minha com as barbáries que assistimos”.
Torres foi exonerado pelo governado do DF, Ibaneis Rocha (MDB), ainda durante os ataques aos três Poderes. Além disso, a Advocacia-Geral da União (AGU) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão em flagrante dele e de todos os envolvidos. Ele está de férias, nos Estados Unidos.
Ex-ministro da Justiça de Bolsonaro (PL), Torres afirmou que o domingo foi o dia “mais amargo” da vida pessoal e profissional dele. “Os ataques inimagináveis a todas as instâncias dos poderes da República brasileira foram um dos pontos mais tristes dos últimos anos da nossa história. (…) Tais atos são totalmente incompatíveis com minhas crenças do que seja importante para o fortalecimento da política no Brasil.”
Ele classificou, ainda, os atos de vandalismo como “insanidade coletiva” e disse esperar punição de todos os envolvidos. “Estou certo de que esse execrável episódio será totalmente esclarecido, e seus responsáveis exemplarmente punidos.”
Resumo
Vale lembrar, os ataques aos Poderes, com vandalismos ao patrimônio público, ocorreram no domingo por extremistas insatisfeitos com o resultado das eleições. Bolsonaristas que não aceitam a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ocuparam rodovias e quartéis desde o fim do segundo turno.
Em resposta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decretou intervenção federal na segurança pública do DF. Ele comunicou a decisão em coletiva de imprensa e a ordem vale até 31 de janeiro. O texto já passou na Câmara e agora vai ao Senado.
Ainda durante os atos, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), decidiu exonerar o secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, ex-ministro do governo Jair Bolsonaro (PL). Na madrugada de segunda, o ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, afastou Ibaneis do cargo de gestor do DF por 90 dias, além de determinar o desmonte dos acampamentos e tomar medidas para evitar novos vandalismos.