Cappelli diz que batalhões da PM não foram acionados para conter atos terroristas
Na ocasião, bolsonaristas depredaram as sedes dos Três Poderes na capital federal
O interventor federal na segurança pública do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, apresentou o relatório sobre falhas operacionais nos atos terroristas de 8 de janeiro, em Brasília. Na ocasião, bolsonaristas depredaram as sedes dos Três Poderes na capital federal.
O interventor afirmou que batalhões importantes para conter manifestantes não foram acionados. Isso teria ocorrido mesmo com aletas da inteligência, feitos no dia 6 de janeiro, de que havia ameaças de ataque na Esplanada dos Ministérios.
“Não houve plano operacional nem ordem de serviço. Não há registro de quantos homens iriam… O que houve, apenas, foi um repasse burocrático, um ofício recebido para algumas unidades pelo Departamento de Operações. Isso é central, quem faz é o Departamento de Operações da Polícia Militar. O chefe em exercício do DOP encaminha burocraticamente esse memorando para algumas unidades. Chama atenção, então, as duas questões: não houve plano operacional, sequer ordem de serviço”, afirmou.
De acordo com o Cappelli, apenas um memorando foi encaminhado à batalhões. “Nem chegou a batalhões importantes como o BPCães, Bavop, RPOM e até mesmo o Bope. Não foram sequer acionados”, ressaltou. “Quando a gente olha para o dia 1º, vemos diferença grande para o comportamento adotado para o dia 8. Havia previsão de 555 homens para a área central. A impressão que dá, no vídeo, é que não tinham 150 homens.”
Por fim, ele informou que alunos do curso de formação foram posicionados na Esplanada e que as grades eram frágeis. “Essas questões operacionais são importantes. Todas elas corroboram na questão de ausência de planejamento adequado em consonância com as informações que existiam. Grande parte dos comandantes mais importantes dos batalhões estavam de férias. Essa é uma outra questão também, que pode ter tido impacto sobre os eventos que ocorreram no dia 8”, completou Cappelli.