Manifestantes pedem redução da tarifa de ônibus
Principal indignação do grupo é em relação à falta de melhorias no transporte público mesmo diante do reajuste da tarifa
Karla Araujo
Cerca de duzentas pessoas se reuniram no fim da tarde de ontem (12) na Praça Cívica em protesto organizado contra o aumento da passagem do transporte coletivo na Região Metropolitana de Goiânia. Os manifestantes desceram a Avenida Goiás até a Praça do Bandeirante. Do local, o grupo se deslocou pela Avenida Anhanguera em direção ao Terminal Praça da Bíblia.
A principal reivindicação do grupo é a redução do valor da passagem de R$ 3,70 para o antigo preço, R$ 3,30. O representante dos manifestantes e estudante de Direito da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), Ronaldo Albuquerque, afirma que R$ 3,30 ainda é considerado pelo grupo como um valor injusto. “Nos anos anteriores falava-se sobre melhorias, mas este ano os donos de empresas deixaram bem claro que o custo para o usuário vai aumentar e não haverá benefício algum”, lamenta o estudante.
O grupo reivindica também a volta do programa Ganha Tempo. Com ele, os usuários do transporte coletivo realizavam integração entre linhas de ônibus sem passar por terminal. As empresas responsáveis alegaram prejuízo e deixaram de oferecer o serviço no início de 2014. Para Albuquerque, a justificativa não procede, pois, segundo ele, o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de Goiânia (SET) não apresentou aos usuários ou à Justiça dados que provem o prejuízo que levou ao fim do serviço.
Os manifestantes ainda pedem melhorias gerais no transporte coletivo e o fim do corte de linhas nos fins de semana. Além disso, eles protestam contra o limite de passagens por dia. “Buscamos o apoio da população. Com a atual situação de crise no País, se as pessoas não se cansarem e irem para a rua por causa da passagem de ônibus, elas irão por outros motivos”, acredita Ronaldo.
Representação
Uma estudante de Biologia da Universidade Federal de Goiás (UFG), que participou do protesto e não quis se identificar, afirma que o movimento luta pelos direito das pessoas que estão apáticas e desanimadas diante da atual situação. “Esperamos que essa manifestação seja uma faísca no meio da indignação das pessoas. Queremos que protestos de maior expressão aconteçam”, afirmou.
Ao contrário do aconteceu em protestos dos últimos anos, o trânsito foi desviado rapidamente por agentes da Secretaria Municipal de Trânsito, Transportes e Mobilidade (SMT) e Polícia Militar. Quando o grupo chegou ao Terminal Praça da Bíblia, as linhas já haviam sido desviadas e o local estava fechado.
Procon-GO cobra venda para o Cartão Fácil
Outra reclamação dos usuários do transporte coletivo é a falta de pontos para recarga do Cartão Fácil. O Consórcio da Rede Metropolitana de Transportes Coletivos da Grande Goiânia (CMTC) garante que há dois mil pontos de recarga na Região Metropolitana. O bilhete Sitpass é vendido hoje apenas nos terminais de ônibus.
O Procon Goiás solicitou ao SET o nome e endereço de todas as empresas credenciadas no sindicato para a venda dos créditos para o cartão. O órgão verificará se todos os locais estão prestando o serviço. O Procon solicitou documentação sobre o contrato estabelecido entre as partes. O sindicato tem cinco dias corridos para apresentar a informação. De acordo com a superintendente do Procon Goiás, Darlene Araujo, o SET informou ao órgão que concederá as informações até a próxima terça-feira (16).