Goiânia aperta o cerco contra o Aedes
Exército Brasileiro e Correios unem-se aos servidores municipais na batalha contra o mosquito da dengue, zika, chikungunya e febre amarela
Karla Araujo
Em mais uma ação de combate ao mosquito Aedes aegypti, 400 militares do Exército Brasileiro foram convocados para auxiliar os servidores da Prefeitura de Goiânia nas visitas às residências do município. A participação do Exército foi lançada oficialmente na solenidade do Dia Nacional de Mobilização, que, em Goiânia, aconteceu ontem, na Praça da Matriz, em Campinas. A ação ocorreu de forma simultânea em todas as capitais do País e outros 300 municípios.
Entre as autoridades presentes, estavam o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias; o prefeito Paulo Garcia; o general Mauro Sinott; o secretário municipal de Saúde, Fernando Machado; o secretario estadual da Saúde, Leonardo Vilela. Além dos 400 militares, 70 carteiros foram disponibilizados pelo Correios para fazer parte do grupo de combate ao Aedes aegypti. Quatrocentos agentes de endemias da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e 1,6 mil servidores da Companhia de Urbanização (Comurg) já realizavam o trabalho.
Na oportunidade, o ministro Patrus Ananias afirmou que o combate ao Aedes aegypti precisa ser realizado com perseverança e determinação e por isso une as forças da União, Estados e municípios. “Com esta ação, chamamos a população para que cada um assuma sua responsabilidade nesse processo. O mosquito não será erradicado em poucos dias ou semanas, mas levo de Goiânia a certeza que demos a arrancada contra o Aedes”, afirmou o ministro.
De acordo com o secretário Estadual da Saúde, Leonardo Vilela, apenas nesse ano foram notificados 20 mil casos de dengue em Goiás. Um terço dessas notificações é da Região Metropolitana de Goiânia. Ainda segundo o secretário, foram confirmados quatro casos de zika em Goiás neste ano, mas o número pode ser ainda maior. “Não temos quantidade suficiente de exames de laboratório para garantir o número exato, mas temos certeza que vivemos a eminência de uma epidemia de zika”, disse o secretário.
Cooperação
Leonardo Vilela destacou também a importância da participação dos cidadãos para que o mosquito seja erradicado, já que 80% dos criadouros do Aedes aegypti estão dentro das casas. Os outros 20% estão em logradouros públicos. Diante dos números, Vilela ressaltou a importância do trabalho dos servidores da Comurg na retirada de lixo e entulho, além da roçagem de lotes baldios e parques.
O secretário municipal de Saúde, Fernando Machado, explicou que a soma de forças possibilitará que mais visitas às residências sejam realizadas. Segundo ele, os agentes de endemia conseguem fazer apenas uma visita mensal em cada casa, mas o mosquito chega a ter três ciclos por mês. “O serviço será mais eficiente. Mas se a população não fizer a sua parte, essa grande ação nacional não bastará para combater o Aedes aegypti”, afirmou Machado.
Paulo Garcia também frisou o esforço da população na batalha contra o mosquito, além da preocupação que outros países já estão demonstrando em relação ao vírus zika. O general Mauro Sinott fez pequeno discurso de incentivo à população. Como representante do Exército Brasileiro, ele afirmou que, neste caso, “todas as pessoas são soldados e a ação de cada um faz a diferença”.