Perdi meu emprego. E agora, como não me endividar?
Especialista dá dicas de como controlar a vida financeira e, em seguida, recomeçar no mercado de trabalho
Karla Araujo
Um levantamento realizado pela Serasa em todo o Brasil aponta que 47,63% das pessoas que procuraram as agências em busca de orientação gratuita no ano passado ficaram com o nome sujo após perderem o emprego. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego prévia do Brasil em 2015 foi de 8,4%, superando as taxas médias registradas no mesmo período de 2014 (6,9%), 2013 (7,4%) e 2012 (7,5%).
Para ajudar o desempregado a manter as contas em dia mesmo após perder a fonte de renda, a Serasa lançou um guia de dicas para recomeçar a vida financeira e profissional. A primeira orientação é manter a calma e em seguida começar a contar para pessoas próximas sobre o desemprego.
A especialista em relações com os consumidores da Serasa, Karla Longo, explica que é comum as pessoas sentirem vergonha, mas é importante que outros saibam que um conhecido procura por emprego, pois eles podem saber de alguma vaga aberta. A consultora também orienta que mesmo em caso de demissão, não se deve falar mal de empresas e patrões, pois, geralmente, as pessoas que estão na mesma área se conhecem. Diante disso, atitudes como esta podem dificultar que novas portas se abram.
De acordo com Karla, as pessoas costumam fazer investimentos altos com o dinheiro recebido na rescisão, mas essa não é uma atitude responsável. “O desempregado precisa se organizar para conseguir manter-se sem fonte de renda por pelo menos seis meses. Pode ser que ele consiga um novo emprego em menos tempo, mas é preciso ter essa segurança”, explica a especialista.
Cortes
Dentro do planejamento financeiro, o guia do desempregado também aponta que uma atitude imprescindível é a redução nos gastos. “Caso ainda não tenha, a pessoa precisa organizar uma planilha com todas as contas mensais, incluindo dívidas e prestações. Esse planejamento deveria existir antes. A situação pode ser mais complicada quando essa primeira etapa não foi cumprida quando ainda existia uma fonte de renda”, explica Karla.
Essa foi uma das principais atitudes de Fred Passos, 33, quando finalizou o contrato com uma empresa em dezembro do ano passado, onde trabalhava com design. Ele fez o cálculo de cada gasto, da ração dos cachorros à gasolina e supermercado. “Comecei a me organizar há um ano para ter tempo de procurar o emprego que quero. Como tenho experiência, é difícil encontrar um trabalho que pague o valor que solicito. Infelizmente o mercado só está interessado em pagar pouco para iniciantes”, lamenta Fred.
Jéssica Alves, 22, também conseguiu controlar as contas mesmo após ser pega de surpresa por uma demissão em agosto do ano passado. Ela trabalhava como auxiliar administrativo em uma empresa do ramo alimentício. “Planejava sair em janeiro porque queria voltar a estudar. Ainda não consegui outro emprego, mas acredito que oportunidades vão surgir a partir deste mês”, afirma Jéssica.
O guia para auxiliar o desempregado está disponível no endereço eletrônico http://www.serasaconsumidor.com.br/desempregados. As dicas foram desenvolvidas pela Serasa em parceria com o Sebrae e o Centro de Apoio ao Trabalho e ao Empreendedorismo (CATe).