China alerta para guerra na Coreia
País é aconselhado a colocar mais “mísseis” no Noroeste da Ásia, caso a Coreia do Sul instale o sistema antimísseis norte-americano Thaad
Um jornal oficial do Partido Comunista da China (PCC) alertou ontem para os riscos de uma possível guerra na Península Coreana, apoiando as sanções contra a Coreia do Norte e a destruição do seu arsenal nuclear.
Em editorial, o Global Times aconselha também a China a colocar mais “mísseis” no Noroeste da Ásia, caso a Coreia do Sul instale o sistema antimísseis norte-americano Thaad, que, na opinião do jornal, tem como verdadeiro alvo a China.
“A China pode tomar como referência a reação da Rússia aos países do Leste da Europa que instalaram o sistema antimísseis dos EUA”, sugere o jornal, em um artigo intitulado “A China deve se preparar para o pior na Península Coreana”.
Para o Global Times, o país deverá “apoiar firmemente” sanções “mais restritas” contra a Coreia do Norte – aprovadas pelo Conselho de Segurança da ONU – e contribuir para a destruição da “capacidade de desenvolvimento nuclear” do país.
O editorial acrescenta que, em caso de guerra, a China não terá “obrigações morais” neste conflito, visto que os outros intervenientes “não seguiram os seus conselhos”.
“O fracasso em resolver a crise nuclear é o resultado das intenções dos EUA de controlar o noroeste da Ásia e sua intromissão para travar a ascensão da China”, acusa o jornal.
A China é o aliado mais importante da Coreia do Norte e o seu maior parceiro comercial. Até há pouco tempo, as relações entre os dois países eram descritas como “muito próximas”.
Em mapas chineses impressos até cerca de 20 anos atrás, a península coreana correspondia a apenas um país, a Republica Democrática Popular da Coreia, com a capital em Pyongyang, e Seul, capital da Coreia do Sul, tinha estatuto de cidade de província.
Consciente da fonte de tensão regional e do embaraço para a diplomacia chinesa que a Coreia do Norte representa, a China tem enviado cada vez menos missões diplomáticas àquele país, um dos mais isolados do mundo. Em 2014, o presidente chinês, Xi Jinping, visitou a Coreia do Sul antes de ir à Coreia do Norte.
Caças
Os Estados Unidos enviaram quatro caças F-22 Raptor para a Coreia do Sul, em uma nova demonstração de força para a Coreia do Norte, que fez, recentemente, um exercício nuclear e de mísseis.
Os caças de quinta geração, que podem ficar indetectáveis a radares, voaram a baixa altitude sobre a base aérea de Osan, a aproximadamente 55 quilômetros a sul de Seul, pouco depois de serem enviados para o país asiático, informou a agência de notícias coreana Yonhap.
O destacamento dos quatro caças norte-americanos para a Coreia do Sul é uma ação incomum com a qual, aparentemente, os aliados pretendem demonstrar sua força após as recentes atitudes da Coreia do Norte.
O regime de Kim Jong-un fez um exercício nuclear em 6 de janeiro e, no dia 7 de fevereiro, lançou um satélite espacial, em uma ação fortemente criticada pela Coreia e pelos Estados Unidos, que a comunidade internacional também censurou e considerandou uma exibição de mísseis balísticos velada, o que violaria as resoluções do Conselho de Segurança da ONU que, por isso, se prepara para anunciar novas sanções à Coreia do Norte.
O F-22 Raptor, um caça importante estrategicamente para o Exército norte-americano, tem tecnologias avançadas e alta capacidade de ataque, sendo também dificilmente detectável nos radares. (Agência Brasil)