Cardozo: PF vai investigar FHC se houver indício de delito
O sociólogo é suspeito de usar ilegalmente uma empresa no exterior para pagar pensão a uma jornalista, com quem teve um relacionamento extra-conjungal
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, não descarta a
investigação, pela Policia Federal (PF), do ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso (FHC). O sociólogo é suspeito de usar ilegalmente uma empresa
no exterior para pagar pensão a uma jornalista, com quem teve um relacionamento
extra-conjungal duradouro. Ela vivia fora do país.
Hoje, durante vistoria de segurança de evento-teste da
Olímpíada de 2016, no Rio de Janeiro, o ministro disse que, antes de decidir
abrir ou não um inquérito, os orgãos do governo vão analisar se há indício de
delito contra FHC. Ele explicou que o procedimento é padrão e antecede qualquer
investigação da PF.
“Isso passará por um estudo técnico e jurídico, todos
aspectos que envolvem uma situação de ocorrerem eventuais delitos. Obviamente,
havendo indícios de delitos puníveis, de competência federal, seguramente a
Polícia Federal fará investigação por meio de inquérito policial”, disse.
“Isso não vale apenas para o ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso, mas vale para todos brasileiros. Se houver indício de prática
criminosa, dentro de situações que são eventualmente puníveis, tudo será
absolutamente investigado” completou o ministro da Justiça.
Ao esclarecer sobre os procedimentos da PF, o ministro
aproveitou para rebater acusações de intervenção na instituição. “Volta e
meia sou acusado pelos adversários de não controlar a Polícia Federal ou de
instrumentalizá-la. Então, seguramente, quero dizer a vocês, pouco importa para
mim se pessoas vinculadas à base governista, aos partidos que mantêm boa
relação com o governo ou oposicionistas, é o mesmo procedimento. Sem a busca de
factóides, sem a busca de exposição da imagem”, acrescentou.
Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, a
jornalista Mirian Dutra, que teve uma relação com FHC nos anos 1980 e 1990,
disse que a empresa Brasif S.A Exportação e Importação repassava a ela e a seu
filho recursos no exterior por ordem do ex-presidente. Ela afirmou que as
transferências foram feitas por meio de um contrato fictício de trabalho. Em
entrevistas à imprensa, o ex-presidente nega que tenha usado a empresa para
fazer repasses destinados a Mirian. (Agência Brasil)
Foto: Wilson Dias/ Agência Brasil (Fotos Públicas)