A sucessão em Senador Canedo ganhou um novo capítulo com a divulgação de que o prefeito da cidade, Misael Oliveira (PDT), é réu em ação de improbidade administrativa, por ter contratado empresa para promoção de shows sem licitação, no valor de R$ 553 mil. Isso porque, como candidato à reeleição, Misael pode ficar fora da disputa caso seja condenado pela Justiça.  

Os pré-candidatos ganharam fôlego diante da possibilidade de o prefeito até mesmo ter o seu mandato cassado, como pede o Ministério Público na ação civil pública. Eles refazem planos já de olho num possível afastamento do prefeito de suas funções, por conta da denúncia do MP.

Para a promotora de Justiça Tamara Cybelle Marques Oliveira do Amaral, que ajuizou a ação civil pública, Misael errou ao ignorar uma ressalva feita pelo Tribunal de Contas dos Municípios de Goiás, em 2014, com relação à não realização da empresa contratada para o Rodeio Show em 2015.

Segundo ela, o novo contrato teve o intuito de burlar o ordenamento jurídico positivado, fugindo da necessária realização de processo licitatório. O fato, para a promotora, é inaceitável, por afrontar os princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, bem como ao primado da livre concorrência.

Caso seja condenado, Misael estará fora da disputa, deixando caminho aberto para seus adversários. Dessa forma, o processo sucessório será zerado. Na disputa, estão, dentre outros nomes, o empresário Zélio Cândido, (PSB), o ex-prefeito Divino Lemes (PSD), o deputado Sergio Bravo (Pros), além de Carlos Rangel (PMN), Valdeci Meirelles e Franco Martins.

Dos nomes já colocados no páreo, o que tem maior visibilidade é o empresário Zélio Cândido, por ter o tem o apoio do ex-prefeito da cidade, Vandelan Cardoso (PSB), que vai disputar a prefeitura de Goiânia. Zélio fez parte da equipe de Vanderlan, quando administrou a cidade, e agora conta com esse reforço, que já foi do atual prefeito. Em 2012, Misael se elegeu por ter sido bancado por Vanderlan. 

Naquele pleito, ele obteve 63,38% dos votos válidos, deixando segundo colocado, Franco Martins (DEM), com 36,14%. Ou seja, foram 29 mil votos registrados por Misael contra 16 mil de Martins.

Ocorre que, no ano passado, Vanderlan e Misael se desentenderam, politicamente, rompendo relações. Até hoje os motivos não vieram a público. Ambos trocam duras críticas. No entanto, quem perde espaço político é Misael ao falar mal de seu padrinho. O empresário, que tem empresa no município, ainda é bem avaliado pela população, que hoje chega a 100 mil habitantes.

Recursos

Para Vanderlan, se a cidade é hoje mal administrada, não é por falta de dinheiro. Ele estima que o município tenha uma arrecadação, para este ano, em torno de R$ 400 milhões. Diante de tal volume de recursos, ele diz não entender, por exemplo, o caos que se abateu sobre o sistema de abastecimento de água, que tem penalizado a população.

Com cerca de 55 mil eleitores, Senador Canedo foi relacionada entre as 50 cidades pequenas mais desenvolvidas do Brasil, ocupando a quarta colocação no ranking. Conta com um polo petroquímico, que gera milhões de reais aos cofres do município, em impostos.