PF cumpre mandados em Goiás e mais cinco estados
Objetivo é o combate à corrupção, lavagem de dinheiro e formação de cartel nas obras de construção da Ferrovia Norte-Sul
Está sendo realizada na manhã desta sexta-feira (26) uma operação conjunta pelo Ministério Público Federal em Goiás (MPF/GO) e Superintendência de Polícia Federal em Goiás (PF/GO), que deflagrou no Estado e em mais seis unidades da Federação a operação “O recebedor”.
A operação, que é um desdobramento de fatos apurados na Operação Lavajato foca no pagamento de propina para a construção das ferrovias Norte-Sul, integração Leste-Oeste. Também há indícios de prática de cartel e lavagem de dinheiro.
O trabalho investigativo até então realizado apontou prejuízos aos cofres públicos estipulado em mais de R$ 630 milhões considerando-se somente os trechos executados na construção da Ferrovia Norte-Sul, no âmbito de Goiás.
Estão sendo cumpridos 44 mandados de busca e apreensão e sete mandados de condução coercitiva, por 180 policiais federais, no Paraná, Maranhão, Rio, Minas Gerais, São Paulo, Distrito Federal e Goiás.
A operação, decorre com a colaboração premiada que a empresa Camargo Corrêa fechou com o MPF/GO em atuação conjunta dos procuradores da República da Força Tarefa Lavajato com procuradores da República do Núcleo de Combate à Corrupção da Procuradoria da República em Goiás e das Procuradorias da República em Anapolis e Rio Verde, e em colaboração com a PF/GO.
Em razão do acordo, a Camargo Corrêa, que confessou a prática de cartel, corrupção, lavagem de dinheiro e crimes de licitação, além de se comprometer a restituir aos cofres públicos R$800 milhões, dos quais R$65 milhões destinados a ressarcir os danos acusados à Valec, entregou provas documentais e testemunhais contra as demais empreiteiras integrantes do esquema, bem como contra o ex-presidente da Valec, José Francisco das Neves.
As diligências que estão sendo realizadas hoje (26) tem por objetivo recolher provas de pagamentos de propina a ex-diretores da Valec, por empreiteiras contratadas para construir as ferrovias Norte-Sul e Integração Leste-Oeste, da prática de cartel e lavagem de dinheiro, revelados pela Camargo Corrêa.
A Camargo Corrêa admitiu haver pago mais de R$ 800.000,00 em propina para Juquinha.
O nome da operação é uma referência à defesa apresentada por José Francisco das Neves no Caso Trem Pagador, na qual seus advogados alegaram que “se o trem era pagador, Juquinha não foi o recebedor”.
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