Cuidado animal: saiba como acabar com os indesejados parasitas
Os cuidados com os vermes devem ser tomados durante toda a vida dos cães e gatos de estimação
Assim como os seres humanos, cães e gatos estão suscetíveis aos parasitas internos, mais conhecidos como vermes. Há diferentes tipos de vermes, sendo os mais comuns os intestinais. Eles são transmitidos pela água, pelos alimentos, pelo contato com fezes. Mesmo os animais mais bem cuidados estão expostos a estes parasitas, que pode ser passado através do ar, da água, dos alimentos, pelo contato com fezes e com outros animais. Nem mesmo nos inocentes passeios pelas ruas, praças e praias os animais estão livres.
Os filhotes geralmente estão mais expostos à contaminação de vermes. Eles podem adquiri-los na hora do parto ou no momento de mamar, caso a mãe possua os parasitas em seu corpo e não tenha sido tratado de forma adequada. Alguns desses vermes não atacam apenas os cães e gatos, podendo ser transmitidos para os donos dos pets, especialmente para as crianças que têm contato direto com seus bichinhos de estimação e, por vezes, podem ingerir os parasitas ao tocar as fezes dos animais e colocar a mão na boca. São as chamadas zoonoses: doenças típicas de animais que podem atingir também os seres humanos. “A infecção humana ocorre principalmente pela ingestão de ovos larvados presentes no solo poluído, em objetos do animal e em mãos contaminadas com fezes”, explica Fabiana Zerbini, gerente técnica do laboratório farmacêutico veterinário Virbac.
A maioria das verminoses se caracteriza por sinais clínicos gastrointestinais. É nesses órgãos que os parasitas se alojam, pois ali encontram um ambiente propício para sua sobrevivência, com alimento em abundância – o que facilita também a sua reprodução.
Sintomas
O maior perigo das verminoses é que, muitas vezes, nenhum sinal clínico é notado até que a população de vermes seja grande o suficiente para debilitar o organismo do animal. Mas os parasitas podem dar alguns sinais de que estão infestando o organismo dos animais. Dentre os principais sinais de alerta estão:
– Perda de peso: os vermes enfraquecem o organismo do animal, já que se alimentam de proteína e/ou sangue provenientes dos tecidos, fazendo com que o pet absorva menos nutrientes do que necessita. Além disso, as lesões causadas comprometem a digestão e dificultam a absorção do alimento.
– Fezes moles e com sangue: a aparência e a consistência das fezes são indicadores importantes da saúde dos animais. Os donos precisam sempre ficar atentos a seu formato, quantidade e cheiro.
–Aumento de volume abdominal: muitas vezes, esse aumento de volume abdominal é sugestivo de infestação maciça por vermes, dos mais variados tipos.
– Prurido da região perianal (coceira no bumbum): é um sinal clínico comum nas infestações por algumas espécies de vermes e muito comum de se evidenciar. O animal arrasta essa parte do corpo no chão para tentar diminuir o incômodo.
– Queda na imunidade e na resistência física: o dono também pode perceber por meio da diminuição do ritmo das atividades normais do animal e, eventualmente, sua feição de tristeza e fadiga. É preciso não confundir com as expressões de tristeza para ganhar comida ou na hora de pedir para passear. Trata-se de um desânimo constante, praticamente um quadro de depressão. Isso pode facilitar o desenvolvimento de outras doenças.
– Perda de apetite: outro sinal clínico que é bastante fácil de ser percebido é a falta de vontade de comer.
– Atraso no crescimento: pode ser observado no caso de filhotes.
– Perda do brilho nos pelos: a pelagem fica mais fosca. Isso pode ser notado, principalmente, na hora do banho.
– Diarreia: esse problema não é incomum nos animais, especialmente quando eles comem alimentos inadequados. Mas, quando estão contaminados com vermes, a diarreia é constante e as fezes podem conter ovos que facilitam a identificação do quadro de verminoses.
– Vômito: em casos mais extremos, o quadro gastroentérico pode cursar com episódios de vômito associados à diarreia.
– Dor abdominal: pode ser percebida, em casos extremos, à palpação da região.
– Anemia: vermes que se alimentam de sangue, principalmente, fazem com que o animal apresente um quadro anêmico. Em alguns casos, o animal fica apático e pode, até mesmo, chegar a evitar brincadeiras.
– Dermatites: o ciclo de vida de algumas espécies de vermes pode cursar com uma fase de migração cutânea, como por exemplo, os Ancilostomídeos, que causam o “bicho geográfico” em humanos.
Diagnóstico
A constatação do quadro de verminose, muitas vezes, é feita pelo próprio dono dos animais baseado nos sinais clínicos e evidências. Quando eles aparecem, é necessário levar o bichinho a uma consulta em seu médico veterinário de confiança, que geralmente confirma o quadro com um simples exame físico.
Eventualmente, pode ser solicitada a realização de um exame de fezes. Ele auxilia o médico veterinário na elaboração de um protocolo seguro de vermifugação para que seu animalzinho não corra o risco de sofrer as consequências de uma verminose.
Tratamento e prevenção
O tratamento varia de acordo com a espécie de verme em questão. Além disso, há vermífugos de amplo espectro, que combatem as formas mais comuns de doença. A melhor forma para combater as verminoses, no entanto, é a prevenção (profilaxia). Desde filhote, o cão deve receber o vermífugo, e o mesmo deve ser repetido sempre que o médico veterinário achar necessário. Para o verme do coração, é recomendada uma dose a cada mês.
No entanto é importante ressaltar que, embora existam muitas marcas de vermífugos no mercado, será o veterinário do seu animal quem irá indicar o melhor para o caso dele. Enquanto filhote, seu pet deve receber cuidados redobrados em relação aos protocolos de vermifugação, inclusive durante a fase em que está sendo amamentado. Em cães jovens, a administração do vermífugo precisa ser realizada a cada três meses. Mesmo quando o seu pet se tornar adulto, esse cuidado não pode ser esquecido e deve ser realizado pelo menos semestralmente.
Cuidados com higiene
A contaminação também pode ser evitada com cuidados de higiene, especialmente em relação à remoção das fezes, já que é por meio delas que ocorre a contaminação. “Higienizar com frequência os locais onde ficam os animais, sempre fazendo uso de produtos adequados, e não permitir o contato destes com fezes de outros animais, o que pode acontecer durante passeios em locais públicos, por exemplo”, finaliza Fabiana.
Fontes: Agenda Pet, CachorroGato