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terça-feira, 26 de novembro de 2024
Cidades

Metalúrgicos ameaçam cruzar os braços em GO

Empregados de montadoras no Estado organizam novas paralisações contra demissões

Postado em 11 de março de 2016 por Sheyla Sousa
Metalúrgicos ameaçam cruzar os braços em GO
Empregados de montadoras no Estado organizam novas paralisações contra demissões

RHUDY CRYSTHIAN

Os empregados demitidos no setor de metalúrgicos e metais pesados em Goiás planejam novos protestos e até paralisações em defesa dos postos de trabalho. Só em 2015 foram mais de 1,5 mil demissões no setor. A última manifestação aconteceu ontem (10), em Anápolis, a 54 quilometro (km) da Capital, no Distrito Agroindustrial da cidade (DAIA). Sindicatos do setor em outras cidades, como Catalão, Sul goiano, engrossaram o volume do protesto. Os trabalhadores se encontram hoje com a diretoria da Caoa/Hyundai para negociação.

Caso não haja acordo, o Sindicato dos Metalúrgicos de Anápolis (SindMetana) ameaça paralisação já na próxima segunda (14). A empresa quer aderir ao Programa de Proteção ao Emprego (PPE) do governo federal- com redução da carga horária e do salário- mas, o Sindicato só aceita caso a montadora atenda às reivindicações da categoria como reajustes no salário, no cartão alimentação e participação nos lucros.

A paralisação envolveu 800 trabalhadores do turno matutino que cruzaram os braços até as 9h30. O presidente da entidade, Reginaldo José de Faria, garante que de janeiro até agora foram demitidos 75 trabalhadores da montadora coreana em Anápolis. “Já realizamos seis rodadas de negociação nesse período, mas ainda não chegamos a um consenso”, cobra.

A empresa enviou uma nota esclarecendo que a montadora e o Sindicato estão em negociação até chegarem a um resultado que “atenda os colaboradores dentro da realidade do mercado”.

Mas a realidade de mercado não está nem um pouco favorável. De acordo com uma previsão da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas Mecânicas e de Materiais Elétricos do Estado (FEM-GO) houve uma queda de 40% na produção das empresas desse segmento em território goiano. 

Em Catalão não há PPE nas montadoras 

Em Catalão a situação é mais crítica, mas está estabilizada. O município conta com duas grandes montadoras que só no início desse ano já mandou para casa 137 trabalhadores. Lá, o regime de trabalho já funciona com paradas na segunda e na sexta-feira, mas nenhuma das empresas aderiu ao PPE.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Catalão (Simecat), Carlos Albino Rezende Júnior, concorda que o momento para o setor não é favorável, mas defende alternativas como lançamentos de novos modelos de veículos e diferentes tecnologias para o setor que possam reaquecer o mercado.

No ano passado as demissões na Mitsubishi e Suzuki em Catalão totalizaram 1,020 mil empregos diretos. O Sindicato tem trabalhado no reaproveitamento e recolocação dessa mão de obra em novos postos de trabalho. Carlos Albino afirma que só no último ano já foram redirecionados 200 trabalhadores formais para o mercado. O dirigente conta que as montadoras prometeram novos lançamentos a partir do segundo semestre desse ano, o que já pode aquecer o mercado de trabalho logo em janeiro de 2017.

Assim como aconteceu no caso Votorantin, em Niquelândia, Norte goiano – que culminou na dispensa em massa de milhares de trabalhadores. A Secretaria de Desenvolvimento (SED) não descarta a possibilidade de definir um plano de ações para minimizar o impacto econômico e social das demissões no setor, mas ainda não existe nada de concreto.

 

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