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terça-feira, 26 de novembro de 2024
Educação

Conteúdos da educação brasileira são revistos

Sociedade pode participar opinando no processo que vai estabelecer Base Nacional Comum Curricular

Postado em 13 de março de 2016 por Sheyla Sousa
Conteúdos da educação brasileira são revistos
Sociedade pode participar opinando no processo que vai estabelecer Base Nacional Comum Curricular

Deivid Souza

Apontar aquilo que qualquer estudante em todo território brasileiro precisa aprender, desde a educação infantil até o final do ensino médio. Esse é o objetivo da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que é construída pelo Ministério da Educação (MEC) com a colaboração de especialistas, professores e sociedade civil. A Constituição Federal de 1988 já fazia referência à BNCC, e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), de 1996, também mencionava a necessidade de estipular os conteúdos mais importantes para o ensino no Brasil.

Um vídeo, disponível na página do MEC, reúne as informações sobre o assunto e esclarece que a Base irá evitar a pergunta “clássica” dos alunos: “Por que eu preciso aprender esse conteúdo?”, que muitas vezes os professores têm que responder. No entanto, sua importância não se restringe apenas a este fator, ela é uma ferramenta importante, dizem os especialistas ouvidos por O HOJE, para que a educação do Brasil tenha condição de se atualizar e se aproximar das demandas sociais. Países desenvolvidos fazem revisões periódicas nas suas Bases. 

Todo esse processo começou em 2015 com a elaboração de um texto preliminar da BNC que envolveu 116 especialistas de todo o País. Na fase atual, a sociedade civil tem até esta terça-feira (15), para opinar no processo pelo site da BNCC (www.basenacionalcomum.mec.gov.br). Até o momento, foram feitas 11 milhões de contribuições para a BNCC e a unidade da federação que mais colaborou foi Goiás (Veja quadro com o passo a passo). O superintendente de Ensino Médio da Secretaria de Educação, Cultura e Esporte (Seduce), Wisney João, acredita que a discussão vai possibilitar um “salto” na educação. Ele lembra que atualmente, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) acabou interferindo no que as escolas ensinam por causa da exigência dos alunos em se prepararem para a prova. 

Embora passe a existir uma base de conteúdos de cada componente curricular (Matemática, Língua Portuguesa, Filosofia etc), isso não significará a implantação de um currículo homogêneo, ou seja, Estados, Municípios e gestores educacionais terão abertura para trabalhar alguns conhecimentos que não estejam na BNCC e sejam importantes para o contexto regional. 

Cautela

A doutora em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e coordenadora do Curso de Letras do Instituto Federal de Goiás (IFG) Campus Goiânia, Micheline Madureira Lage, é uma das 116 especialistas que participam do processo. Ela afirmou ao O HOJE que estão sendo feitas verificações nos aspectos linguísticos para que a gramática possa ser ensinada de uma maneira que contribua para o desenvolvimento das competências de leitura e escrita. “Esse tópico é revisado com bastante cuidado, para que também não haja retrocesso na área, para que a gramática apareça de maneira reflexiva, de forma contextualizada”,  explica. 

O mais importante é aprender a aprender

Os grandes conhecedores de pedagogia reconhecem que este é um processo importante e que não tem o objetivo de contemplar todas as demandas da sociedade. Essa é a opinião da professora de pós-graduação de Formação de Professores em Didática e Gestão Educacional do Instituto de Pós-Graduação e Graduação (IPOG), Carmen Silvia Neves, ela avalia que as mudanças devem caminhar para a formação de pessoas com um bom capital intelectual e também humano, com um bom desenvolvimento da cidadania. “O mais importante é desenvolver a competência de aprendizagem, o aluno aprende por toda a vida, ele precisa aprender a aprender”, ensina.

Opinião

O empresário, Reilly Rangel, 50, avalia que as mudanças são necessárias. Na visão dele o País está atrasado no desenvolvimento de algumas competências como o raciocínio lógico e ensino de programação. “Em países desenvolvidos crianças têm contato com programação desde cedo e são estimuladas a desenvolverem o raciocínio lógico, acredito que este ensino deveria ser reforçado”, frisa.

(Foto: Reprodução)

 

 

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