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terça-feira, 26 de novembro de 2024
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Cidades

Precisamos falar e ler sobre bullying, pois não é piada

Fists of Fury (Punhos de Fúria), quadrinhos da Marvel, traz como tema principal o bullying. Kamala é a primeira heroína adolescente de origem mulçumana

Postado em 25 de março de 2016 por Sheyla Sousa
Precisamos falar e ler sobre bullying
Fists of Fury (Punhos de Fúria)

fábio joão

A produtora de quadrinhos da Marvel Comics lançará esse ano uma revistinha focada no combate ao bully (abreviação de bullying) e a discriminação. A história será vivida pela heroína adolescente Kamala Khan alter ego da Miss Marvel.

Fists of Fury (Punhos de Fúria) traz como tema principal o bullying. Focando nas discriminações de gênero e origem. A revistinha chega às bancas nos EUA no dia 3 de outubro de 2016 e será destinada ao público entre 7 a 10 anos. Kamala é uma adolescente de origem mulçumana, a primeira super heroína da Marvel com essa etnia, e ninguém melhor do que ela para ensinar as crianças como lidar com esse tipo de discriminação.

Pode não parecer, mas bullying não é brincadeira e pode acontecer com qualquer um. Bruno César 21 anos estudante de jornalismo, em entrevista ao O Hoje nos contou que durante o ensino fundamental sofreu com o bullying. “Na maioria das vezes, a violência era verbal, diária. Poucas vezes partiu pra parte física, mas já aconteceu sim.” Além das ofensas verbais, ele era intimidado por meio de ameaças pessoais e da internet (cyberbullying).

Discriminação

Bullying é uma situação que se caracteriza por agressões intencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva. Essa é só uma das várias definições que existe para bullying. Discriminar pessoas por sua origem ou gênero pode ser considerado como crime. Todos os dias crianças passam por algum tipo de bully. Quem já sofreu com esse tipo de constrangimento conta como é difícil de lidar com a situação.

Bruno conta que não era levado a sério quando tentava falar do assunto com os seus pais. Ele ainda disse que tentou conversar com os diretores do colégio onde estudava, mas não surtiu efeito. Até porque, segundo ele, o assunto bullying era pouco discutido na época e que só tomou grandes proporções com o caso da Escola de Realengo no Rio de Janeiro em 7 de abril de 2011, onde um jovem, ex-aluno da instituição, invadiu o local, matou doze adolescentes, feriu outros treze e cometeu suicídio.

Quando perguntado sobre a relação entre o bullying e casos como o da escola de Realengo, Bruno não tem nenhum medo de afirmar que sim, as coisas estão diretamente ligadas. “A conexão é óbvia, crianças e adolescentes não conseguem muitas vezes processar certas coisas e crescer em um ambiente hostil não ajuda em nada”. 

Prevenção

Para a psicóloga, Grasiela Oliveira, a palavra prevenção define o trabalho realizado na escola em que trabalha. A instituição de ensino conta com projetos que vão de palestras a apresentação de casos onde a prática do bullying tomou proporções graves. “Nós observamos, desde o pequeninho até o maior, eles sabem o que é. Eles sabem que aquilo que estão fazendo ou já viram um colega fazer é errado” disse Grasi. 

O trabalho encoraja os alunos a denunciarem os abusos. “Antes do projeto, os jovens achavam que o que acontecia era brincadeira, mas agora que eles sabem o que de fato é. Quando ocorre algo que consideram errado eles denunciam”. Diz a psicóloga.

Antigamente não era tão simples encontrar crianças com sintomas de depressão, hoje em dia infelizmente isso está cada vez mais comum. Ponderou à psicóloga. Os danos sofridos pelas vítimas podem variar de caso para caso e os mais comuns são a relutância de ir para escola, reclusão, transtornos de pânico e depressão.

 

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