Sem atingir a meta, Paço volta ao antigo horário
A mais de um mês da data prevista para acabar prefeitura volta horário normal de atendimento ao público
RHUDY CRYSTHIAN
Sem atingir a meta de economia, que era de R$ 7 milhões, a prefeitura de Goiânia revoga o horário de funcionamento alternativo para atendimento ao contribuinte. Implantado em novembro do ano passado, alguns atendimentos foram reduzidos entre as 7h e 13h. Horário diferenciado estava previsto para terminar só no dia 16 de maio. Economia real foi de R$ 4,907 milhões. A retomada do atendimento full time voltou a ser adotada ontem (4).
De acordo com o secretário de administração municipal, Valdi Camarcio, se analisado a economia mês a mês a meta foi atingida dentro do previsto, a economia mensal foi de R$ 1,1 milhão. Ele explica que a demanda da população, da Câmara de Vereadores e o fato de a medida ser considerada uma ação emergencial foram fatores primordiais para a antecipação da volta do horário convencional.
A mudança gerou muita polêmica e reclamação da população na época e foi definida depois de o prefeito Paulo Garcia se reunir com representantes de sindicatos dos servidores públicos municipais. O objetivo era minimizar os impactos locais da crise econômica nacional e evitar demissões. Na época, o prefeito Paulo Garcia chegou até a afirmar que o novo horário tornaria os trabalhadores mais produtivos.
Medida paliativa
Considerado um sucesso em outros locais onde foi implantado o horário alternativo se mostrou apenas uma medida paliativa em Goiânia. “Identificamos que áreas que registraram maior queda de gastos como consumo de energia elétrica, água, material de expediente e combustível não precisariam de redução do horário de atendimento ao público para que essa economia continuasse ocorrendo”, explica o secretário. Essas despesas geram um gasto mensal de R$ 3,5 milhões.
Para Valdi, as metas de contenção de despesas devem continuar e integram uma série de esforços para fechar o ano sem déficit fiscal. Na época do lançamento do horário alternativo, a Secretaria Municipal de Finanças (Sefin) divulgou que o Paço registrava perda nominal na arrecadação superior a R$ 41 milhões.
Verba poderá ser usada para construção de Cmeis
O secretário de administração municipal, Valdi Camarcio, garante que o destino da verba poupada nesses quatro meses e meio de redução dos horários de atendimentos da prefeitura ainda não foi definido pelo prefeito, Paulo Garcia. “Mas como sempre a educação já está de olho”, explica.
Segundo fontes do Paço Municipal, ouvidas pelo O Hoje, esse montante seria usado para construção de Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis) na capital. Mas, a informação não foi confirmada pelo secretário. O valor seria suficiente para a construção de dois Cmeis.
Trânsito
Na época da redução da jornada dos atendimentos, o prefeito Paulo Garcia considerou que a redução da jornada de trabalho poderia impactar positivamente na mobilidade urbana, já que iria alterar o fluxo das vias públicas nos horários de rush. Mas a Secretaria Municipal de Transito (SMT) esclarece que a retomada desse horário irá gerar um impacto insignificante no tráfego de veículos.
A alteração do horário dos atendimentos não se aplicou aos serviços públicos considerados essenciais, exemplo dos de fiscalizações urbana e de trânsito, educacionais, de saúde, assistenciais, entres outros. A prefeitura garante que a mudança temporária na carga horária não teve impacto salarial para os servidores.