Moradores do Setor Urias cobram reforma de Ciams
Apesar de estar em obras há mais de dois anos, posto ainda não tem prazo de conclusão
Mardem Costa Jr.
Obandono total. Assim é a realidade do Centro Integrado de Assistência Médico-Sanitária (CIAMS) do Setor Urias Magalhães, região norte de Goiânia. A unidade, inaugurada em 1982 na gestão do ex-governador Ary Valadão (1979-1982), foi fechada para reforma em novembro de 2013 e deveria ter sido entregue à população num prazo de 60 dias, após o início dos reparos.
A reportagem de O HOJE esteve ontem no local, que é motivo de constantes reclamações por parte dos moradores das redondezas, indignados com o descaso da gestão municipal. O cenário de abandono é gritante, e a sensação é de que a obra não será finalizada no mandato do prefeito Paulo Garcia (PT).
A reconstrução, aparentemente, parece ter sofrido apenas alguns truques cosméticos. Os azulejos e pisos gastos, forros e redes de água e energia expostas chamam a atenção. O saguão de entrada está em melhor estado, mas as salas internas não parecem ter recebido qualquer tipo de intervenção.
Andando pela unidade, móveis empilhados e armários de ferro com papéis expostos. Numa das gavetas destes, documentos de identificação, carteira de trabalho e até um cartão de conta bancária. A segurança é inexistente, tornando o espaço suscetível à presença de moradores de rua e usuários de drogas.
Boatos
Até ser fechada, a unidade era considerada referência na região. Os moradores, cansados de promessas vãs, cobram a reinauguração do espaço. “O prefeito, que é médico, prometeu que aqui seria um centro avançado de saúde. Mas, se até agora não tiveram interesse algum na conclusão, pode esquecer, pois nessa gestão a reforma do CIAMS não sai”, diz o aposentado José Domingos, que mora no Urias Magalhães há mais de trinta anos.
Domingos também se preocupa com os boatos. “Volta e meia surgem burburinhos de que o CIAMS não terá emergência (o antigo espaço foi destinado ao Conselho Tutelar da Região Norte), que o CIAMS será apenas um posto de distribuição de remédios. A gente não quer mais papo furado de político. Só queremos o nosso postinho de volta”, lamenta.
A necessidade de buscar atendimento médico em lugares distantes revolta o operador industrial Nivaldo Lima, 43. “Estamos na campanha da vacinação contra a gripe H1N1 e precisamos nos deslocar ao CAIS de Campinas ou da Vila Nova, enquanto estamos com a unidade daqui parada. É brincadeira”, pontua.
Outro lado
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS), em nota, alega que a obra do CIAMS Urias Magalhães está em fase final, aguardando a entrega de materiais elétricos pela empresa responsável. O órgão informa que a empresa vencedora da licitação desistiu da obra, o que obrigou o município a assumi-la, por meio da Secretaria Municipal de Infraestrutura (SEINFRA), mas não definiu um prazo para conclusão da reforma.
A SMS também esclarece que o lixo e o entulho são de responsabilidade da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg). Mas, por sua vez, esta não foi localizado pela reportagem. Sobre os móveis, alegam que estes faziam parte da unidade e que foram utilizados pelos operários. A secretaria negou a existência de qualquer tipo de documentação oficial no local.