Karla Araujo

A Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esporte (Seduce) deve publicar em aproximadamente um mês a lista de Organizações Sociais (OSs) selecionadas para apresentarem proposta de gestão das 23 escolas estaduais da região de Anápolis. A titular da pasta, Raquel Teixeira, informou que 43 instituições já estão com a participação aprovada ou com o processo avançado. 

A documentação está em avaliação na Secretaria de Estado da Casa Civil, depois segue para a Controladoria Geral do Estado de Goiás (CGE), Conselho Estadual de Investimentos, Parcerias e Desestatização (Cipad), Procuradoria Geral do Estado (PGE) e volta para a Seduce, que fará a publicação. Raquel afirma que não pode precisar quando as instituições assumirão a gestão das escolas, mas espera que seja no segundo semestre deste ano. 

Em coletiva de imprensa realizada ontem (21) para apresentar os primeiros resultados da parceria entre Seduce e o Banco Mundial, Raquel reafirmou que as escolas permanecerão públicas e gratuitas. “Esperamos que as OSs apresentem ideias inovadoras em termos de gestão, cumprimento de metas e políticas de valorização dos professores”, afirma a secretária.

Processo

O primeiro chamamento foi realizado em fevereiro deste ano, mas no mês seguinte o processo foi cancelado porque nenhuma instituição estava qualificada para assumir as unidades de ensino. Na época, Raquel informou que todas as instituições foram desclassificadas porque faltou clareza nas propostas quanto ao papel da entidade dentro da escola. Um novo processo foi lançado em maio e inclui algumas novidades, como a realização de uma entrevista com representantes de cada OS para a defesa da proposta.

 Seduce estuda modelo aplicado nos EUA

A Seduce firmou parceria com o Banco Mundial para compartilhar experiências sobre o projeto de gestão de OSs na rede estadual de ensino. O objetivo é que representantes da instituição acompanhem a implantação do modelo em Goiás e verifiquem os resultados para estudos posteriores. 

De acordo com a titular da pasta, Raquel Teixeira, o acordo não envolve recuso público, pois o dinheiro gasto com passagem e hospedagem dos representantes é do próprio banco. O técnico do Banco Mundial, Alex Medler, está em Goiânia e participa de reuniões com equipes da secretaria. Ele também palestrou no Workshop Organizações Sociais na Educação (OSE) realizado ontem (20) pela Seduce, que contou com a presença de representantes de 22 organizações sociais que pleiteiam a administração de escolas publicas estaduais. 

Além de técnico, Medler é PHD em Ciências Políticas e especialista em escola charter dos Estados Unidos. O modelo, segundo ele, é parecido com o que se pretende implantar em Goiás. “São escolas públicas que possuem mais flexibilidade do que as tradicionais, mas ainda são acompanhadas pelo governo. É uma escola mais próxima da comunidade e que prepara o aluno para a vida acadêmica”, explica Medler.