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domingo, 22 de dezembro de 2024
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Saúde

Testes renovam esperança contra câncer

Experimentos com ‘pílula do câncer’ começam hoje. Medida abre brecha para liberação judicial

Postado em 25 de julho de 2016 por Sheyla Sousa
Testes renovam esperança contra câncer
Experimentos com ‘pílula do câncer’ começam hoje. Medida abre brecha para liberação judicial

Deivid Souza

O anúncio do início dos testes da fosfoetanolamina, mais conhecida como ‘pílula do câncer’, renovou a esperança de pacientes e abriu uma nova temporada de ingresso de ações na Justiça pedindo a liberação da substância.

Desde que o início dos testes no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) foi anunciado, o telefone do escritório da advogada especialista em direitos humanos, Anely Mazzy, em São Paulo, não para de tocar. Ela recebia, antes disso, em média, 20 pedidos por dia.

A Resolução Nº 38 de 2013 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) trata do uso compassivo, uma medida que permite o uso de substâncias que apresentem bons resultados em testes parciais por pacientes que já esgotaram os tratamentos reconhecidos pela medicina. A resolução estabelece que o pedido tenha um relatório médico. O escritório da advogada ingressou, nesta semana, com 35 ações.

Como ainda não há resultados porque os testes ainda vão começar, advogados procuram formas de adiantar o pedido. “Nós ingressamos com uma ação judicial específica, anexamos laudos que demonstram que o tratamento oferecido é apenas paliativo. O paciente também preenche um formulário e faz uma declaração. Nosso pedido é para que o juiz supra a ausência do encaminhamento médico”, explica Anely.

Fluxo

O presidente da Subcomissão de Direito Sanitário da Ordem dos Advogados Seção Goiás (OAB-GO), Jordão Horácio, acredita que o melhor meio para conseguir a substância é fazer o pedido de uso compassivo diretamente à Anvisa, conforme estabelece a resolução, assim que os testes comprovarem a resultados. “Por enquanto, ela é uma substancia pré-clínica. Com os primeiros resultados, se comprovar que ela não é tóxica e houver segurança, vai ser possível pedir”, avalia.

Esperança

Os testes alimentam a esperança de pessoas como o conselheiro fiscal do Instituto Viva Fosfo, Reginaldo Barbosa. A esposa dele está com câncer no cérebro. “Sabemos que a burocracia no Brasil é grande, e que a Anvisa não tem nenhum interesse na liberação da fosfoetanolamina. Temos meios comprobatórios que mostram que minha esposa já tentou de todos meios disponíveis na medicina convencional para tentar barrar o crescimento desta doença e não tem obtido êxito”, afirma. 

Experimento com ‘pílula do câncer’ terá várias fases 

Os experimentos que começam hoje no Icesp são promovidos pelo governo de São Paulo. O principal objetivo neste momento é comprovar que a substância não apresenta risco à saúde. A Fundação para o Remédio para o Remédio Popular (Furp) já forneceu as cápsulas. Nesta fase, serão dez pacientes. Eles foram escolhidos entre os que já faziam tratamento no Icesp. Mas a assessoria de imprensa do instituto esclareceu que recebeu inúmeros pedidos de inclusão nos testes.

No estágio 1, está prevista a inclusão de mais 21 pacientes para cada um dos dez grupos (tipos) de tumor: cabeça e pescoço, pulmão, mama, cólon e reto (intestino), colo uterino, próstata, melanoma, pâncreas, estômago e fígado.

Ainda de acordo com o instituto, se observados sinais de atividade da substância nessa fase, o estágio 2 se iniciará com mais 20 participantes em cada grupo. Progressivamente, desde que se comprove atividade relevante, a inclusão de novos pacientes continuará até atingir o máximo total de 1.000 pessoas (100 para cada tipo de câncer).

 

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