Governistas reagem a pré-julgamento da oposição
Deputados da base aliada do governador Marconi Perillo pregam cautela em relação aos acusados na Operação Decantação da Polícia Federal, deflagrada na semana passada.
Na manhã da última quarta-feira, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal iniciaram a chamada Operação Decantação, com o objetivo de apurar suposto desvio de desviio de cerca de R$ 4,5 milhões em recursos federais a partir da empresa de Saneamento de Goiás S/A (Saneago). Entre os presos acusados de fazerem parte do esquema de desvio estão o presidente do PSDB em Goiás, Alfrêni Gonçalves, e o presidente da Saneago, José Taveira Rocha.
Em meio a críticas da oposição na Assembleia Legislativa, diversos deputados da base de apoio do governador Marconi Perillo (PSDB) se pronunciaram em desaprovação a estas manifestações e pediram cautela para que não seja feito um pré-julgamento em relação aos acusados já presos na operação.
O presidente da Assembleia Legislativa, Helio de Sousa (PSDB), afirmou que a situação é delicada e necessita ser avaliada com máxima moderação. “O momento é delicado. Eu acho que é difícil e até constrangedor você viver um momento como esse. Entendo que toda denúncia deve ser apurada e que se tenha todo rigor com as investigações. Caso fique comprovado, que se tome as medidas legais e jurídicas cabíveis para este caso”, declarou.
O mesmo afirmou o líder do governo na Casa, José Vitti (PSDB), pedindo que todos tenham cautela e que aguardem o prosseguimento das investigações, evitando emitir juízo de valor. “É importante termos uma ideia exata daquilo que está acontecendo para que a gente possa emitir qualquer juízo. Acredito que vivemos um momento diferente em nosso país, onde operações têm sido realizadas em praticamente todos os estados da Federação. Se for comprovado qualquer tipo de envolvimento, a justiça deve prevalecer para todos”, completou.
Talles Barreto (PSDB), presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ), também saiu em defesa dos investigados. “A oposição está eufórica de forma injusta. Ser incriminado não é ser culpado. O ex-deputado Afrêni Gonçalves é um homem correto, simples, trabalhador. Tem o respeito e a nossa consideração”, anunciou.
O deputado Henrique Arantes (PTB), que também faz parte da base governista, reafirmou a necessidade de se aguardar os resultados da operação antes de realizar qualquer tipo de julgamento. “Caso seja comprovado algum crime ou falha moral e ética, quero que essas pessoas sejam presas e cumpram a pena, mas do contrário, devemos ter cautela. Houve coisa semelhante da Agetop, onde algumas das pessoas investigadas, que tiveram seus nomes divulgados e suas vidas destruídas pela denúncia, ao fim de tudo foram inocentadas”, comparou.
Já o deputado Santana Gomes (PSL), também da base do governo, fez um desafio aos demais, citando denúncia de desvio de verbas do Ministério do Turismo pela prefeitura de Goiânia referente a obras do Parque Mutirama, na atual gestão petista. “Quem nunca errou que atire a primeira pedra”, pontuou.
Legalidade
Em nota, o diretório estadual do PSDB diz que é regido pelos princípios da legalidade, da ética e da transparência no exercício de suas atividades partidárias. Afirma que é rigoroso no cumprimento da legislação eleitoral, e que desde sua fundação, o partido teve todas as suas prestações de contas aprovadas pela Justiça Eleitoral.
Por outro lado, diz lamentar “profundamente as abjetas tentativas de imputação de favorecimento, da agremiação e de seus candidatos”, em doações para campanhas eleitorais, por ocasião da Operação Decantação.