Colômbia prende ex-vice-ministro por esquema com Odebrecht
O ex-vice-ministro dos Transportes da Colômbia, Gabriel García Morales, é suspeito de ter recebido US$ 6,5 milhões em um esquema de corrupção
O ex-vice-ministro dos Transportes da Colômbia Gabriel
García Morales foi preso nesta quinta-feira (12) por suspeita de ter recebido
US$ 6,5 milhões da empreiteira brasileira Odebrecht em um esquema de corrupção
relacionada a uma obra no país em 2009. A informação é da Agência Ansa.
Com isso, García Morales se torna o primeiro político de
alto escalão do país envolvendo a Odebrecht no Brasil e no exterior nos últimos
15 anos, período no qual a empreiteira teria desembolsado cerca de US$ 1 bilhão
em 12 países para assumir projetos, entre eles em Angola, na Argentina,
no Brasil, na Colômbia, República Dominicana, no Equador, na
Guatemala, no México, em Moçambique, no Panamá, Peru e na
Venezuela.
Na Colômbia, a Odebrecht teria pago cerca de US$ 11 milhões
em propinas a funcionários do governo para conseguir contratos de construção
civil entre 2009 e 2014. “A Procuradoria tem evidências de que García
exigiu o pagamento de US$ 6,5 milhões para garantir que a Odebrecht fosse a
única empresa habilitada para a licitação do trecho dois da Rota do Sol,
excluindo outros competidores”, disse a acusação.
Ele, que era responsável pelo Instituto Nacional de
Concessões à época, deve ser denunciado por corrupção passiva, enriquecimento
ilícito e prevaricação. Gabriel García Morales foi vice-ministro dos
Transportes do governo do de Álvaro Uribe (2002-2010).
A investigação está na fase inicial e pode trazer à tona
novos casos de corrupção com outros servidores do país que receberam pagamentos
ilícitos da empreiteira brasileira. O presidente da Colômbia, Juan Manuel
Santos, pediu que o Ministério Público acelere as investigações sobre os
eventuais subornos.
“Necessito que investiguem se alguém do meu governo
recebeu suborno para poder metê-lo na cadeia o mais rápido possível”,
disse o mandatário, que admitiu ter se encontrado com o presidente da
Odebrecht, Marcelo Odebrecht, na Cúpula das Américas, em 2015, no Panamá, em
uma reunião com investidores.
Foto: Reprodução (El Tiempo)