Trabalhadores da construção civil praticam pilates para aliviar dores
Aulas atendem trabalhadores da construção civil com problemas de coluna, uma dos principais causas que geram afastamento no trabalho
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Renan Castro
Os trabalhadores braçais precisam ter vigilância redobrada com o corpo, afinal, o ser humano é como uma máquina que se desgasta ao longo do tempo. Por isso, o ideal é que cuidados sejam tomados. Não basta apenas ter força física. Conhecer o funcionamento do próprio corpo, assim como os atletas, para evitar possíveis lesões, é importante, afirmam especialistas. Nesse ínterim, o pilates já ocupa uma posição de destaque nos mais diversos segmentos e se espalha por Goiânia.
O Serviço Social da Indústria da Construção (SECONCI-GO), por exemplo, implantou uma sala de pilates especialmente para atender aos trabalhadores da construção civil, categoria que tem problemas reincidentes de coluna. Eles representaram 71,83% dos atendimentos realizados pela equipe de fisioterapia, traumatologia e ortopedia da entidade em 2016. Os problemas de coluna são uma das principais doenças que geram afastamento do trabalho. De acordo com dados do Acompanhamento Mensal dos Benefícios Auxílios-Doença Previdenciários, entre janeiro e junho de 2016, problemas de coluna representaram em torno 9,5% dos afastamentos do trabalho.
A prática do pilates promove melhora de postura, fortalecimento e alongamento muscular, além de contribuir para a diminuição de dores. Logo, efeitos positivos para a coluna. Os benefícios foram confirmados por uma pesquisa de 2013 da Universidade Estadual de São Paulo, em Rio Claro-SP. O estudo aponta que exercícios de pilates são eficientes no tratamento de dores na região lombar da coluna. O trabalho chamou atenção da comunidade científica internacional, foi publicada em uma revista australiana e envolveu 20 voluntários entre 18 e 25 anos durante seis meses.
Estúdio
Em outubro começou a funcionar o estúdio de pilates no Seconci para complementar o tratamento de reabilitação da equipe de fisioterapia. Responsável pelas aulas, a fisioterapeuta e especialista em traumato-ortopedia Érika Vieira Rezende, já atende 25 pacientes, grande parte com problemas na coluna. “O principal benefício da prática é a aquisição da consciência corporal pelo paciente. Conhecer o próprio corpo e saber realizar movimentos corretamente vai ajudar tanto a amenizar e tratar dores já existentes como para prevenir o surgimento de outras lesões”.
Érika explica que o tratamento fisioterapêutico é realizado em duas fases. Na primeira, o paciente irá passar por sessões de fisioterapia, com técnicas manuais e aparelhagem até que o paciente obtenha melhora no chamado quadro álgico, que avalia a intensidade de dor. “Quando a primeira fase já tiver surtido efeito sobre as necessidades do paciente, daremos início ao tratamento complementar com Pilates, que vai preparar o indivíduo para o retorno às suas atividades diárias residenciais e/ou laborais”.
O Serviço Social da Indústria da Construção completou 25 anos de atuação em Goiás. A organização é mantida pelas construtoras do Estado para oferecer serviços médicos assistenciais trabalhadores, como odontologia, clínica geral, cardiologia, oftalmologia, ortopedia, exames laborais e centro de diagnóstico de cardiologia. Os beneficiários são os trabalhadores da construção civil que não tem custo com as consultas e tratamentos oferecidos.