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quarta-feira, 27 de novembro de 2024
Câmara

Rodrigo Maia se defende: denúncias de corrução são absurdas

Investigação concluiu que há “indícios fortes” de que Maia prestou “favores políticos” e defendeu interesses da OAS no Congresso em 2013 e em 2014

Postado em 9 de fevereiro de 2017 por Toni Nascimento
Rodrigo Maia se defende: denúncias de corrução são absurdas
Investigação concluiu que há “indícios fortes” de que Maia prestou "favores políticos" e defendeu interesses da OAS no Congresso em 2013 e em 2014

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ),
classificou hoje (9) como absurdas e sem relação com a realidade as denúncias
de que teria recebido vantagens inevidas da empreiteira OAS para defender os
interesses da empresa em projetos na Casa.

“Ontem à noite fui surpreendido pelo vazamento ilegal de uma
investigação feita pela Polícia Federal e seu resultado é absurdo, não tem
relação com a realidade. O inquérito trata de tentar gerar um vínculo de uma
emenda que eu apresentei em uma MP a uma doação de campanha”, disse Maia no
início da tarde dessa quinta-feira (9).

De acordo com reportagem exibida ontem (8) no Jornal Nacional,
as denúncias constam de um inquérito da Polícia Federal (PF), que pede ao
Ministério Público Federal que investigue Rodrigo Maia pelos crimes de
corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Segundo a reportagem, a investigação concluiu que há
“indícios fortes” de que Maia prestou “favores políticos” e defendeu
interesses da OAS no Congresso em 2013 e em 2014. O relatório cita uma emenda
apresentada por Maia a uma medida provisória que definia regras para a aviação
regional e que, de acordo com o jornal, beneficiaria a empresa.

Presidência da Câmara

Em declaração a imprensa, Maia negou as acusações e disse
que não vai usar a presidência da Câmara para se defender. “Confio na Justiça e
tenho certeza que o Ministério Público, assim como a Justiça, vão reparar essa
análise preliminar que é absurda, que não tem relaçlão com a realidade que não
diz respeito à minha história, da minha família e que essas questões ficarão no
âmbito do meu mandato de deputado, sem nenhuma relação com a presidência da
Câmara dos Deputados”, afirmou

Maia afirmou que nunca recebeu vantagem indevida para
apreciar matérias na Câmara. “Nem com a OAS, nem com empresa nenhuma”,
disse. “A emenda que eu apresentei não beneficiava ninguém, apenas gerava uma
isonomia, na hipóstese de um aeroporto privado ser autorizado em cima de
aeroportos concessionados. Isso poderia acontecer no Rio, onde tem aeroporto
concessionado, poderia ter acontecido em São Paulo, Natal […] minha emenda garantia
isonomia entre o sistema. Não estava beneficiando A, B ou C”, se defendeu Maia.

Segundo a reportagem, para a PF não restam dúvidas da
“atuação clara, constante e direta” de Maia na defesa de interesses
da OAS no Congresso Nacional. “Com base em toda a prova colhida no
decorrer da presente investigação, logrou-se êxito em confirmar integralmente a
hipótese inicial aventada, qual seja, a de que o deputado federal Rodrigo Maia
efetivamente praticou diversos atos na defesa de interesses da Construtora OAS,
durante os anos de 2013 e 2014, tendo, em contrapartida, solicitado doações
eleitorais ao presidente da pessoa jurídica, José Aldemário Pinheiro Filho [Léo
Pinheiro]”, diz trecho do relatório exibido no Jornal Nacional.

A reportagem diz que os investigadores concluíram que, em
troca da defesa dos interesses da empreiteira na Câmara, o deputado pediu ao
ex-presidente da OAS Leo Pinheiro doações eleitorais no valor de R$ 1 milhão em
2014. O dinheiro foi repassado oficialmente à campanha ao Senado de César Maia,
pai do presidente da Câmara. Para a PF, isso foi uma tentativa de esconder a
origem da propina.

Maia negou que a doação de campanha tenha tido relação com
sua atuação parlamentar. “Não há nenhuma relação, e nunca teve, do que eu fiz
aqui com uma doação eleitoral, que foi feita à candidatura do senador Cesar
Maia, inclusive no meu diálogo com o Leo tratava-se de R$ 200 mil e eu disse,
eu mostrei que era R$ 1 milhão”, disse Maia.

“Inclusive o senhor Ricardo Pessoa [ex-presidente da UTC]
foi ouvido nesse inquérito e disse que a minha emenda não beneficiava ninguém e
inclusive ele deu uma doação de R$ 250 mil e disse que a doação que fez não
tinha relação com coisa alguma”, afirmou Maia.

Maia também criticou o vazamento do inquérito. Segundo
deputado o vazamento atingiu a sua honra e da sua família. “A história das
pessoas está sendo destruída de forma absurda, sem nenhuma preocupação. Eu
disse aqui, quando venci essas eleições [para a presidência da Casa], que eu
não era contra nenhum tipo de investigação; eu disse que eu era contra
vazamento ilegal. Isso preocupa porque tem motivação. Isso me atinge, atinge
minha honra, da minha família e nesse caso específico vou atrás da reparação
desse dano”, disse. “Vou responder onde tiver que responder, mas quem fez o
vazamento ilegal vai responder também”, acrescentou. 

(Agência Brasil)

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