Termina sem acordo reunião entre comando da PM e familiares de policiais no Rio
O encontro, na tarde deste sábado (11), contou com a participação do Ministério Público (MP) e reuniu cerca de 40 familiares de policiais militares
Terminou sem acordo reunião entre o comando da Polícia
Militar do Rio e mulheres de policiais, na tarde deste sábado (11), no
quartel-general da corporação. O encontro contou com a participação do
Ministério Público (MP) e reuniu cerca de 40 pessoas, incluindo esposas de
policiais que bloqueiam, desde ontem (10) a porta de diversos batalhões no
estado, impedindo a saída de viaturas e de efetivo para a rua.
Na saída da reunião, que durou cerca de três horas, algumas
mulheres falaram com a imprensa sobre o que foi tratado e disseram que não
houve acordo sobre elas deixarem os batalhões. “Não houve negociação. Eles não
podem resolver os nossos problemas. Precisamos de medidas urgentes, de uma
pauta que funcione para os nossos policiais, porque eles estão sofrendo todos
os dias. O nosso movimento não vai parar”, disse Cristiane, esposa de um
policial. Ela não forneceu o sobrenome.
Outra participante da reunião disse que as demandas não são
apenas de salário, mas também de condições de trabalho. “Dinheiro não é tudo.
Precisa de condições de trabalho nas ruas. Um armamento que tenha uma
manutenção decente, porque todos os dias morrem policiais porque não têm um
fuzil que funciona, as viaturas não são blindadas. A escala de trabalho é
surreal. Enquanto isso não acontecer, o movimento não vai parar. Vamos
continuar nas portas dos batalhões”, disse Veronica Nunes.
Ela denunciou que está havendo represálias contra os
policiais, pois estão sendo anotadas as placas dos carros que as esposas
utilizam e alguns militares estariam, inclusive, sendo presos. “Têm maridos que
estão sendo presos e punidos, porque a gente está indo de carro para os
batalhões, os coronéis estão anotando as placas e vendo quem são os donos”,
disse Veronica.
Por meio de nota, a corporação informou que o comandante da
PM, coronel Wolney Dias, se apresentou como o interlocutor formal com o governo
do estado e comprometeu-se a estudar a viabilidade das reivindicações que
competem à Polícia Militar, tais como escalas, melhores condições de trabalho e
atendimento médico. Segundo o comunicado, ficou acertado que será agendada uma
nova reunião, desta vez, com a presença de um representante do governo
fluminense.
Foto: (Vladimir Platonow/Agência Brasil)