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segunda-feira, 22 de dezembro de 2025
Ajuda

Abrigos de idosos não recebem repasse da prefeitura há três anos

Instituições de longa permanência que têm convênio com a prefeitura pedem que a situação regularize

Sheyla Sousapor Sheyla Sousa em 13 de fevereiro de 2017
Abrigos de idosos não recebem repasse da prefeitura  há três anos
Instituições de longa permanência que têm convênio com a prefeitura pedem que a situação regularize

Bruna Policena

Em Goiânia há quatro Instituições de Longa Permanência para idosos que são conveniadas com a Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas). Abrigo são Vicente de Paula, Abrigo Grupo Fraterno, Abrigo Solar Colombino e o Abrigo Casa Nosso País. A prefeitura é responsável pelo repasse de verba que é destinada para manter a as condições físicas e a qualidade de vida dos moradores desses abrigos. 

No entanto, o dinheiro não é repassado há aproximadamente três anos e por conta disso, precisam contar com doações, eventos beneficentes e a própria renda do idoso que mora lá. A esperança destas instituições é que no mandato do novo prefeito Iris Rezende (PMDB) as finanças entrem em ordem e o dinheiro volte a ser repassado normalmente. 

A instituição São Vicente de Paulo existe há 34 anos e é cuidada pela família vicentina. Atualmente abriga 69 moradores que estão lá por diversos motivos, e para além do cuidado que é oferecido, têm ali como lar. E a assessora Isoleta Dilza, de 58 anos, foi quem apresentou ao O Hoje a instituição e os problemas enfrentados pela falta de verba. Isoleta trabalha no abrigo há 16 anos e explica que o dinheiro que vem da prefeitura é para comprar produtos de limpeza, higiene básica, alimentação e faxineiros.

No São Vicente de Paulo muitos de seus moradores não recebem visita da família e alguns não tem mais contato com parentes ou simplesmente não se lembram. Isoleta conta que alguns idosos chegaram ao abrigo sem nenhum documento pessoal, o que dificulta entender a história de vida ou contatar familiares. O Zé Careca é um desses idosos que não se recorda nem do próprio nome e não sabe a idade que tem, e por falta do documento, não recebe aposentadoria.

A instituição dispõe de profissionais como fisioterapeuta, enfermeiro, farmacêutico, assistente social e médicos. No entanto, no dia a dia, os idosos são acompanhados por sete cuidadores técnicos de enfermagem, que se dividem no período do dia e da noite. Isoleta explica que para levantar fundos, são feitos dois jantares beneficentes durante o ano, e além de doações de colaboradores diversos, a renda dos idosos é administrada pela equipe da instituição que compra o necessário.

A moradora Maria Vilma de Jesus, de 85 anos, é uma das mais recentes moradoras do abrigo. E com muito humor conta que tem 30 filhos, um biológico e os outros de coração. E que criou, formou e casou todos eles. E no abrigo encontrou companhia, cuidado e muitos namorados. A idosa morava na sua casa, sozinha e depois de uma queda, ela sentiu necessidade de um cuidado maior. 

Mas Isoleta conta que de início Maria demorou um tempo para aceitar a ideia, mas que aos poucos foi criando laços com os outros moradores. A amizade entre os idosos também conforta qualquer sentimento de solidão e abandono que é a realidade da maioria. As atividades de interação, como dominó, dama, baralho e o crochê fazem parte da rotina deles e ajuda a passar o tempo. A assessora ressalta que o trabalho bem feito de cada um da equipe é o que mantém a qualidade de vida dos idosos, já que a verba não vem há tempos.

Para conseguir uma vaga nestas instituições de longa permanência, é preciso primeira mente visita-la, apresentar-se a assistente social e, após o cadastro, entrar na fila de espera e aguardar a vaga sair. Os abrigos também recolhem os idosos que não tem nenhum vínculo familiar e não tem memória ou documentos pessoais. Mas Isoleta afirma que dos que chegaram sem identificação, já conseguiram regularizar sua situação, tirar os documentos e alguns já conseguem ter acesso ao beneficio. 

 

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