Wilton Morais e Caio Marx 

Foi enterrada na manhã de ontem (23) o corpo da menina Ana Clara Pires Camargo, de 7 anos. O sepultamento aconteceu no Cemitério Vale do Cerrado, em Goiânia. De mãos dadas, a família realizou a oração do pai nosso. Abalada, a mãe de Ana Clara, a cabeleireira Glauciane Pires Silva, colocou uma foto da filha ao lado do caixão. Com a última camiseta que a menina utilizou antes de desaparecer na sexta-feira (17), a mãe a utilizava enrolada ao pescoço, em homenagem a filha.

Antes de chegar ao enterro, o emocionante cortejo teve acompanhamento da população que levou o corpo da menina para a Escola Municipal Orlando de Moraes, local onde aconteceu o velório e que Ana Clara estudava. Ao todo foram percorridos 23 quilômetros. O inicio do cortejo foi no Residencial Antonio Carlos Pires, passando pelos setores, Balneário Meia Ponte, Jardim Nova Esperança, Vila Regina, e seguindo até o cemitério pela GO-060. No rosto da população era possível observar os olhos cheios de lagrimas. A grande maioria da população aplaudia, por onde o cortejo passava. 

Pelos diversos pontos de ônibus e onde havia trabalhadores que observavam que o caminhão do Corpo de Bombeiros que passava se tratava do cortejo da menina, prestavam homenagens à menina. Na escola, ainda na quarta-feira (22), onde Ana Clara estudava, amigos montaram um mural com varias cartas, escritas na esperança em que a menina fosse encontrada com vida. Já no inicio da manhã de ontem, um padre realizou uma oração e cantou a musica “Segura na Mão de Deus”, emocionando os presentes. 

O pai de Ana Clara, o subtenente do Corpo de Bombeiros Arlindo Sebastião Camargo novamente lamentou o crime e disse que espera que a filha “esteja bem”. Ao fim do velório, Glauciane precisou ser amparada por amigos e seguiu o cortejo em um carro. 

Suspeito pode ser autor de outros crimes 

Após as investigações apontarem Luiz Carlos Costa Gomes, 35 anos, como o suspeito de matar a menina Ana Clara Pires Camargo, 7 anos, a Polícia Civil acredita que ele era um pedófilo, pelo fato do suspeito ter o costume de distribuir balinhas para crianças na porta de escolas de Goiânia, além de ter envolvimento em outros crimes.

Ainda não há confirmação pericial se a garota sofreu algum tipo de abuso. Após vários dias de buscas realizadas pelas polícias Civil e Militar, Ana Clara foi encontrada morta na manhã da quarta-feira (22), em uma mata margens da GO-462. Algumas horas depois, Luiz Carlos foi morto em uma troca de tiros com a Polícia Militar.

Apesar das suspeitas, Luiz Carlos não possuía passagem pela polícia e não estava sendo investigado até então. Segundo o delegado Valdemir Pereira, responsável pela investigação do caso, os fatos surgiram somente após o caso de Ana Clara. Antes, a descrição era apenas de uma pessoa morena em um carro prata. Porém quando a foto do suspeito foi mostrada aos vizinhos, todos reconheceram.

A polícia encontrou na residência do suspeito, no Residencial Orlando de Morais, munições, prendedores de cabelo e maquiagens de crianças, reforçando a suspeita.

O suspeito também é investigado pela Polícia Civil pela participação em outros crimes, devido a indícios de sua participação na morte de uma mulher desaparecida em 2016, a suspeita é que ele tenha estuprado e matado a mulher.

Luis chegou a ser ouvido pela polícia na manhã de terça-feira (21). Os policiais ouviram suspeitos de pedofilia e esses homens indicaram o nome do suspeito. Após o depoimento, Luis virou o principal suspeito. Ele não soube explicar o que fazia no bairro no dia do crime e o percurso que ele descreveu coincidia com o da vítima.