Wilton Morais

A ampliação da Marginal Botafogo, entre as avenidas Jamel Cecílio e a 2ª Radial, em Goiânia está parada. Conforme relato de moradores da região, desde novembro do ano passado, nenhuma máquina da prefeitura esteve no local. O estudante de biomedicina Mateus Henrique costuma passar pela ponte da Avenida 2ª Radial diariamente e relata sobre os perigos. “A primeira vez que passei por aqui, assustei, achei que cairia da ponte. Agora já acostumei”, disse o estudante. 

Sem proteção alguma, e com as obras paralisadas, o risco não se limita apenas para os pedestres. O presidente do Instituto Comunidade Pró-Logística Urbana (Ilogu), Jorge Hercules Pereira conta que a ponte está condenada. “A prefeitura disse que interditaria um lado para arrumar e depois o outro. Mas até agora nada. Essa ponte corre o risco de desabar”.  Para o presidente, o maior problema para os moradores e a desapropriação de quatro famílias, que residem às margens do córrego. “Até hoje não mandaram nem assistente social para falar com os residentes. Um dos moradores seria indenizado com 30 dias e também não recebeu nada”. 

Ao todo o prolongamento da marginal terá 2,2 km e auxiliará a desafogar o transito da Avenida Eurício Viana e outras da cidade. “Com essa ampliação seria ótimo, desafogaria o trânsito. Eu poderia vir direto da Avenida 136, sem precisar passar por outras vias”, sugere o aposentado Sebastião Melo.

A obra 

No fim do ano passado, a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra) realizou a canalização de parte do rio. Porém, algumas partes ainda precisam de cuidados. “Muita coisa foi perdida com a chuva. A água saiu lavando, passou da hora de jogar brita”, relatou o presidente da Ilogu. Em 2015, a prefeitura anunciou que buscava recursos para construir o viaduto, sem êxito, o ex-prefeito Paulo Garcia terminou o mandato sem a conclusão da obra. 

De acordo com o relato de Jorge Hercules, baseada em diálogos com a atual gestão, as alças de acesso a 2ª Radial seria substituída por uma ponte acima da atual. “O que interligaria as duas partes sem o uso da alça”, explica. 

Histórico 

A demora com a conclusão da marginal é coberta por vários fatores. Entre eles, em novembro de 2011, após o inicio das obras em 2010, o Tribunal de Contas da União (TCU) emitiu um parecer que indicava a suspensão de repasses do governo federal à Prefeitura de Goiânia por causa de irregularidades. A maior parte do dinheiro investido na obra foi proveniente do Governo Federal. A obra foi retomada há um ano, antes do fim da gestão anterior, mas segue parada. 

A reportagem do Hoje procurou a Seinfra para esclarecimentos e um posicionamento. Mas a pasta apenas informou que não havia como responder os questionamentos e disse que a diretoria responsável pela pasta fará um levantamento do andamento das obras. A secretaria não estipulou datas para apresentar o levantamento.