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quarta-feira, 27 de novembro de 2024
Reforma Trabalhista

Força Sindical quer regulamentação de contribuição de empregados não filiados

Para Juruna, sem os recursos os sindicatos ficarão enfraquecidos. “Isso enfraquece demais os sindicatos nas negociações”

Postado em 27 de março de 2017 por Toni Nascimento
Força Sindical quer regulamentação de contribuição de empregados não filiados
Para Juruna

A Força Sindical pretende que a contribuição assistencial,
paga aos sindicatos também por trabalhadores não associados, seja incluída na
Reforma Trabalhista. Segundo o secretário-geral da Força, João Carlos
Gonçalves, o Juruna, outras centrais também estão juntas na reivindicação.

“A contribuição assistencial que os sindicatos têm cobrado
está sofrendo um ataque do Ministério Público. Agora, a situação piorou mais
ainda com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que impede os sindicatos
de receberem a contribuição sindical dos trabalhadores não associados”, disse,
em referência a uma decisão tomada pelo STF em fevereiro.

O Supremo manteve o entendimento do Tribunal Superior do
Trabalho (TST) de que não é possível cobrar a taxa de empregados não
associados. Além da contribuição, que tem o valor acertado em acordo coletivo
das categorias, as entidades representativas dos trabalhadores recebem uma
contribuição anual, equivalente a um dia de trabalho, de cada assalariado.

Para Juruna, sem os recursos os sindicatos ficarão enfraquecidos.
“Isso enfraquece demais os sindicatos nas negociações. Prejudica até os não
associados, porque os acordos e convenções coletivas no Brasil são estendidos
para sindicalizados e não sindicalizados”, enfatizou.

Na opinião do sindicalista, é necessário que as entidades
representativas tenham força, especialmente a partir do momento que o governo
quer aumentar o valor das negociações coletivas. “O governo está propondo as
negociações coletivas entre sindicatos, trabalhadores e empresários, através do
negociado sobre o legislado. Ao cortar a contribuição assistencial como fez o
Supremo, isso acaba privilegiando um lado, que é o do patronato”, acrescentou.

Negociação

Juruna, negou, no entanto, que a Força Sindical, junto com
outras centrais, negocie a regulamentação da contribuição assistencial com a
disposição de amenizar as posições em relação às reformas Previdenciária e
trabalhista. Hoje (27), a central divulgou uma carta aberta negando as
informações de uma reportagem publicada pelo jornal Folha de S. Paulo. Na
matéria, é dito que os sindicalistas teriam oferecido uma barganha ao governo:
diminuir a pressão contra as reformas em troca de uma medida provisória ou
apoio a um projeto de lei que normatizasse a contribuição.

“A matéria da capa da Folha, “Por mais verba, centrais podem
apoiar Temer em reformas”, de sábado (25), distorce fatos e induz o leitor a
julgar que as centrais sindicais envolvidas nas negociações das reformas da
Previdência e trabalhista estão dispostas a aliviar a forte pressão exercida
sobre o governo em troca de mais verba sindical. Isso não é verdade”, enfatiza
comunicado assinado por Juruna.

O texto recebeu ainda apoio do presidente da União Geral dos
Trabalhadores (UGT,) Ricardo Patah. A central também foi citada na reportagem
como parte das negociações. “Tal questão nunca foi discutida em nossos fóruns.
A UGT não negocia apoio ao governo Temer por mais verbas. Nossa central
respeita os trabalhadores e defende seus interesses”, ressaltou Patah.

Hoje à tarde, haverá uma reunião da sede da UGT, no centro
de São Pauloa, para discutir uma agenda conjunta de mobilizações contra as
reformas Trabalhista e previdenciária. Amanhã (28), os sindicalistas devem ser
recebidos pelo líder do governo no Senado, Romero Jucá, para discutir possíveis
vetos ao projeto que regulamenta a terceirização aprovado na semana passada.

(Agência Brasil) 

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