Temer divulga vídeo em que chama delação de executivo da Odebrecht de mentirosa
No vídeo que foi divulgado pela assessoria do Palácio do Planalto, Temer disse que a mentira “causa repulsa” e que “jamais colocaria em risco” sua biografia
O presidente Michel Temer gravou um vídeo hoje (13) negando qualquer
participação no acerto de pagamento de propina da Odebrecht ao PMDB.
Temer disse que a mentira “causa repulsa” e que “jamais colocaria em
risco” sua biografia. O vídeo foi divulgado pela assessoria do Palácio
do Planalto na tarde de hoje e publicado na conta de Temer no Twitter. Assista:
A manifestação ocorre após a divulgação da delação premiada do
ex-executivo da empreiteira Márcio Faria. Ele afirmou que em uma reunião
com Eduardo Cunha, Henrique Eduardo Alves e Michel Temer, no escritório
particular do presidente, foi acertado o pagamento de R$ 40 milhões ao
PMDB para garantir a vitória da Odebrecht em um processo licitatório da
Petrobras.
“A mentira é que nessa reunião eu teria ouvido
referência a valores financeiros ou a negócios escusos da empresa com
políticos. Isso jamais aconteceu, nessa reunião, nem em qualquer outra
que eu tenha feito ao longo de minha carreira pública, com qualquer
pessoa física ou jurídica”, disse o presidente no vídeo.
Na noite de ontem (12), o presidente já havia divulgado uma nota
comentando as denúncias. “Jamais colocaria a minha biografia em risco. O
verdadeiro homem público tem de estar à altura dos seus desafios que
envolvem bons momentos e momentos de profundo desconforto. A minha maior
aliada é a verdade, matéria prima do Judiciário, que revelará toda a
verdade dos fatos”, defendeu-se.
Delação
A
reunião citada por Faria na delação ocorreu em 2010. Na época, Temer
era deputado federal e candidato a vice-presidente na chapa com Dilma
Rousseff. Cunha e Alves tentavam a reeleição para a Câmara dos
Deputados. Márcio Faria disse que a Odebrecht negociou um valor de R$ 40
milhões para o “projeto voar”, ou seja, sacramentar a participação da
empreiteira em empreendimentos da Petrobras.
Segundo Faria, a
Odebrecht já oferecia o melhor preço no processo licitatório e os R$ 40
milhões eram para garantir a entrada da empresa no projeto da estatal. A
participação do então executivo era para confirmar que a Odebrecht
pagaria ao PMDB a quantia informada. “Eu fui lá para abençoar esse
compromisso. Eu simplesmente confirmei que honraria os compromissos”.
Além
de Temer, seis ministros, incluindo Eliseu Padilha, da Casa Civil, e
Moreira Franco, da Secretaria-Geral da Presidência da República, foram
citados em delações da Odebrecht e serão investigados
pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Por ser presidente da República,
Michel Temer não pode ser investigado por atos anteriores ao mandato em
exercício.
(Agência Brasil)