Educação lamenta morte do aluno Iawí Avá-Canoeiro
Iawí jutamente com seu povo era aluno nesta unidade escolar e estava aprendendo a ler e a escrever numa educação trilíngue
A Secretaria de Educação, Cultura e Esporte (Seduce) lamenta profundamente o falecimento, nesta terça-feira, dia 6, em Goiânia, do aluno Iawí, da Extensão Avá-Canoeiro Ikatote, que fica na aldeia da TI Avá-canoeiro, no município de Minaçu. Iawi, de 56 anos, foi um grande guerreiro que resistiu bravamente ao massacre histórico de 1969. Iwaí e três mulheres sobreviventes deste massacre, Matcha, Naquatcha e Tuia viveram em cavernas por mais ou menos 12 anos para fugir dos ataques dos homens brancos. Iwaí teve dois filhos: Trumack e Niwatima, hoje adultos.
Em 2 maio de 2016, a Seduce, junto com seus parceiros Funai e as universidades Federal de Goiás (UFG), Estadual de Goiás (UEG) e a de Brasília (UNB), deu início a Educação Escolar Indígena na TI Avá-Canoeiro com a abertura da Extensão Avá-Canoeiro Ikatote, nas modalidades de Educação de Jovens e Adultos (EJA) e Ensino Fundamental de 1º ao 5º ano.
Iawí jutamente com seu povo era aluno nesta unidade escolar e estava aprendendo a ler e a escrever numa educação trilíngue, pois sua língua materna era Avá-canoeiro. Ele também já falava português e a filha Niwatima se casou com Kapitomy’i Tapirapé, lhe dando três netos que também se comunicam na língua Tapirapé.
Iwaí nos deixa, mas seu espírito estará presente e provavelmente feliz em ver seu povo tendo oportunidade de estudar numa educação que tem como princípios a interculturalidade e a trandisciplinaridade. O respeito e a valorização as especificidades à cultura são elementos primordiais a este trabalho que deve ser diferenciado e específico. Sua filha Niwatima é professora de língua Avá-canoeira e os 13 alunos tem o direito garantido a uma educação trilíngue com currículo, calendário e acompanhamento específicos.
(Goiás Agora)