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terça-feira, 18 de março de 2025
Brincadeira Perigosa

Cerol fez três vítimas este ano em Goiânia

Comandante da Guarda Civil afirma que campanha visa reduzir acidentes que envolvem pipas com cerol

Postado em 20 de junho de 2017 por Sheyla Sousa
Cerol fez três vítimas este ano em Goiânia
Comandante da Guarda Civil afirma que campanha visa reduzir acidentes que envolvem pipas com cerol

a6fbe17f14bc2839066fdc82d171b0c5Marcus Vinícius Beck

Caco de vidro e cola de sapateiro. Esta é a matéria prima do cerol, que já fez três vítimas este ano em Goiânia – uma delas fatal. Mas, com o propósito de amenizar o problema, a Prefeitura de Goiânia lançou, ontem (20), a campanha “Pipa sem cerol”. Promovida pela Guarda Civil, a iniciativa conta com participação de diversas secretarias municipais e órgãos de segurança.

José Eulálio, comandante da Guarda Civil Metropolitana, afirma que a campanha visa reduzir número de acidentes que envolvem pipas com cerol, conscientizando alunos da rede pública de ensino. “Vamos atuar também na conscientização das pessoas em parque e praças”, diz José, salientando que iniciou período de ventania e pipas são soltas até a noite.

Recentemente, Wilquer Vaz Rodrigues, de 8 anos, foi ferido por cerol enquanto andava de bicicleta. Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. “O pai tentou ajudá-lo, porém ele já chegou à unidade de saúde sem vida”, afirmou o sargento Eugênio Bonfim. “Tinha uma linha cruzada na rua e acabou pegando nele”. O menino faz parte da lista fornecida pelo Corpo de Bombeiros à reportagem de O Hoje. 

Famoso entre as crianças que empinam pipa, o cerol é proibido, todavia algumas crianças meninos admitem usá-lo. “Muitos usam para cortar a linha do outro. Eles querem derrubar a raia do outro”, disse um garoto. Segundo a Polícia Militar, quem usa cerol pode responder pelo crime de lesão corporal, danos e até homicídio.

Combatido, o cerol fez 47 vítimas, em 2010, com quatro mortes. No ano seguinte o número diminuiu, tendo apenas uma morte. Mas, em 2015, foi registrado a morte de Francisco de Assis Pereira, de 60 anos, na BR-153, próximo a Vila Redenção. À época, a Guarda Civil Metropolitana (GCM) tentou conscientizar a população para os riscos do cerol. 

Proibição

Em 2015, a Polícia Militar fez campanha para proibir uso de cerol, na Região Metropolitana. Durante a ação, os policiais distribuíram panfletos em que eram explicados os riscos do artifício. À época, foram feitas 100 apreensões de linhas e pipas. 

A linha chilena, porém, é comprada pronta e também é perigosa. Ela tem poder de corte três vezes maior que o cerol, e a multa para quem for pego usando-a ou vendendo-a varia de R$ 200 a R$ 1,5 mil.

CCJ

A Comissão de Constituição e Justiça aprovou, em 2014, projeto que proíbe linhas cortantes, ainda que para empinar pipas. Uma das autoras do projeto, a deputada Nilda Gondim (PMDB-PB) disse que foram criadas formas para que as linhas degolassem motociclistas. Já Luís Couto (PT-BA) modificou o projeto para inseri-lo no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), uma vez que a maioria dos usuários são menores de 18 anos. O projeto, porém, ainda está em andamento.

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