Violência contra mulher tem 4 casos graves neste ano
O auxiliar de pedreiro Tiago Gomes Alves, 27, foi preso ontem, por ser suspeito de agredir e mutilar sua namorada em Goiânia
Marcus Vinícius Beck
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) registrou quatro casos graves de violência contra mulher entre janeiro e maio deste ano. O auxiliar de pedreiro Tiago Gomes Alves, 27, foi preso, ontem (29), por ser suspeito de agredir e mutilar sua namorada em Goiânia. A vítima foi mantida presa em casa por dias, e o laudo comprova que houve indícios de “tortura bárbara”.
Nesta quinta-feira (29), o jovem confirma que bateu na companheira por ter sido traído. Namorados há cinco anos, o casal é do Tocantins, mas se mudou para Goiânia no início deste ano. A jovem chegou a se queixar de que foi agredida algumas vezes e até registrou boletim de ocorrência contra Tiago.
A vítima, que era assistente de produção, contou à polícia que as agressões mais graves aconteceram no dia 22. “O Tiago bateu nela, colocou uma toalha ao redor da cabeça da vítima e deu vários chutes”, afirma a delegada responsável pelo caso, Ana Elisa Gomes. Segundo ela, a vítima sofreu mutilações na região genital.
Os indícios, porém, foram confirmados por documento do Instituto Médico Legal (IML). “Quando à lesão genitália, é óbvia que houve intenção de produzir mutilação sexual da vítima”, esclarece. De acordo com a delegada, após a agressão, o suspeito fugiu e ficou escondido na casa de amigos, mas acabou se apresentando na delegacia.
Em depoimento, ele disse que agrediu a namorada, mas não a mutilou. “A gente teve um desentendimento porque ela estava me traindo, não aconteceu isso tudo que estão falando não. Estão colocando mais coisas do que realmente aconteceu”, diz Tiago.
Ele está preso preventivamente e vai responder por tortura, cárcere provado e injúria. A pena para os crimes, caso sejam somados, pode chegar até a 15 anos de detenção.
Cidade violenta
Goiânia é a quinta cidade mais violência do País. Pelo menos é o que aponta pesquisa “Mapa da violência 2015 – Homicídio de Mulheres” divulgada há dois anos. De acordo com o estudo, a capital registrou taxa de 9,6 homicídios de mulheres para cada 100 mil habitantes. O índice é cinco vezes maior do que a média mundial, que é de 2 para cada 100 mil.
Os dados foram tabulados com base nos registros do Sistema de Informações de Mortalidade, do Ministério da Saúde. No Brasil, nos últimos dez anos, 46,2 mil mulheres foram assassinadas, representando um crescimento de 21%. Na maioria dos casos, os autores são familiares e parceiros da vítima.
Redução
A violência doméstica contra a mulher tem estatísticas altas em todo o País. O Governo de Goiás, entretanto, assegura que houve diminuição neste número por causa da Rede de Apoio à Mulher, que teria sido a principal medida para diminuir a estatística.