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sábado, 23 de novembro de 2024
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Votação

Votação da denúncia contra Temer pode ficar para agosto

O ministro da Casa Civil ressaltou ainda que o governo conta com uma “vitória magistral” para derrubar a denúncia na Comissão de Constituição e Justiça

Postado em 13 de julho de 2017 por Gislaine Xavier
Votação da denúncia contra Temer pode ficar para agosto
O ministro da Casa Civil ressaltou ainda que o governo conta com uma “vitória magistral” para derrubar a denúncia na Comissão de Constituição e Justiça

O ministro da Casa
Civil, Eliseu Padilha, mudou a estratégia política e decidiu deixar para agosto
a votação da aceitação da denúncia contra o presidente Michel Temer – depois do
recesso Legislativo que inicia na terça-feira (18).

“O problema de
quorum não é nosso. Nós não queremos receber a denúncia. Quem tem que colocar
quórum é quem quer receber a denúncia. Vamos ter uma vitória magistral na
CCJ” afirmou Padilha. “Pode ser agora, pode ser agosto”,
completou.

O Planalto tenta
acelerar a votação visando impedir que a Câmara autorize a investigação pelo
Supremo Tribunal Federal (STF) contra Temer. Temer queria ver a denúncia
derrubada antes do recesso parlamentar, e chegou a negociar o adiamento da
votação da Lei de Diretrizes do Orçamento – sem o qual o Congresso não pode
entrar em recesso– para dar mais tempo para a votação em plenário.

Entenda o caso 

A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) retomou no início nesta quinta-feira (13) a sessão destinada a debater a denúncia por corrupção passiva contra o presidente Michel Temer. Após quase 14 horas de discussões, os deputados suspenderam a reunião no início da madrugada de hoje. 

Ao longo do dia, quase 70 parlamentares se posicionaram sobre o parecer do relator, deputado Sérgio Zveiter (PMDB-RJ), que recomenda a aceitação da denúncia contra o presidente. A expectativa é de que pelo menos 25 oradores ainda façam uso da palavra durante a manhã e a tarde de hoje.

Encerrada esta fase, o relator e a defesa voltam a se manifestar e o parecer de Zveiter poderá ser submetido à votação nominal dos deputados. Caso os trabalhos ocorram conforme o previsto, o relatório deve ser apreciado no meio da tarde de hoje. Há a possibilidade, porém, de que o relator apresente um pedido para rever o seu voto, o que exigiria o prazo de uma nova sessão da CCJ para que os deputados da comissão possam apreciar o processo em definitivo.

O presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), disse ser difícil precisar o horário em que a votação ocorrerá, pois novas inscrições ainda podem ser feitas pelos deputados da comissão que ainda não fizeram uso da palavra. Além disso, ele lembrou que após os debates e a fala da defesa ainda serão garantidos os tempos de encaminhamento dos líderes.

A acusação de corrupção passiva contra o presidente foi apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e, para ter prosseguimento perante a Justiça, deve ser autorizada pela Câmara dos Deputados em duas etapas de votação: primeiro na CCJ e depois no plenário. O presidente da comissão buscou, por um acordo, conceder a palavra a todos os 66 membros titulares do colegiado, seus respectivos suplentes, além de 40 deputados não membros – 20 favoráveis à admissibilidade do processo e 20 contrários.

Se o parecer de Zveiter for aprovado por pela maioria simples dos deputados presentes na comissão, seguirá para a apreciação do plenário. Caso seja rejeitado, o presidente da comissão designará outro relator que deve apresentar um parecer com mérito divergente do relatório vencido. Se o novo parecer for aprovado, é este que seguirá para votação no plenário da Câmara.

Até o momento, os integrantes da comissão já apresentaram dez votos em separado, defendendo e rejeitando a admissibilidade da denúncia. É o caso da bancada do PMDB, que protocolou um relatório conjunto após o relator, que é do mesmo partido, recomendar o prosseguimento das investigações (LINK). Somente ontem, antes ou depois de seus discursos, seis deputados sugeriram novos relatórios em separado, que poderão ser utilizados de forma consensual, caso o parecer de Zveiter seja rejeitado.

No inquérito, Janot acusa Temer de ter se aproveitado da condição de chefe do Poder Executivo e recebido, por intermédio do seu ex-assessor Rodrigo Rocha Loures, “vantagem indevida” de R$ 500 mil. O valor teria sido oferecido pelo empresário Joesley Batista, dono do grupo JBS, investigado na Operação Lava Jato.

A defesa do presidente Michel Temer argumenta que as provas contidas na denúncia não são concretas e que o presidente não cometeu nenhum ilício. Temer classificou a denúncia de “peça de ficção” e questionou a atuação de Janot.

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