Presidente da Câmara defende reformulação do Estado
Rodrigo Maia também reafirmou que a possibilidade do Congresso votar a reforma da Previdência até setembro é uma missão difícil
Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, participou
nesta sexta-feira (11) do Centro Cultural da Fundação Getulio Vargas (FGV), no
Rio, no painel Desafios para o Brasil: a agenda de reformas e a segurança
pública no Rio de Janeiro. Em sua fala, ele defendeu a reformulação do Estado,
a partir de uma ampla reforma que permita dar, de maneira equilibrada,
condições iguais a todos os brasileiros. Para Maia, o Estado é muito maior do
que a capacidade que a sociedade tem de financiá-lo.
Ele também criticou a possibilidade de mudanças na meta
fiscal. “Eu fico desconfortável com o aumento da meta [fiscal]. Não é justo
para com a sociedade brasileira. O governo já tem um déficit muito grande para
não gerar as condições [necessárias] para cumprir esta meta. Nós sabemos que a
crise ainda existe, que há queda da arrecadação, mas quando você não cumpre a
meta você sinaliza que o endividamento pode crescer, o que pode gerar
dificuldades”.
“Infelizmente a gente tem mais de um trilhão [de reais] do
orçamento destinado a gastos obrigatórios. Nós temos que discutir esses gastos”,
disse ao lamentar o engessamento do Orçamento da União. Maia defendeu a
urgência da reforma da Previdência Social, que, segundo ele, é para onde é
destinado a maior parte dos recursos do Orçamento. “A Previdência tem que ser
reformada, pois é para onde vai a maior parte desses custos. O país terá de
promover mudanças”.
Rodrigo Maia disse que após a Câmara rejeitar o pedido do
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para que o presidente Michel
Temer fosse investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção
passiva, o maior desafio do governo, a partir de agora, “é reorganizar a base
de sustentação para que as reformas possam avançar”.
O presidente da Câmara reafirmou que a
possibilidade do Congresso votar a reforma da Previdência até setembro é uma
missão difícil. “Nós vamos trabalhar, mas a gente sabe que hoje é difícil e nós
não estamos aqui para enganar ninguém. O nosso trabalhar é de ir convencendo o
parlamento aos poucos”.