ONU destaca progresso das Farc
No caso das Farc, a ONU reconhece os esforços da antiga guerrilha para melhorar a proteção dos menores e a coloca em um patamar diferente dentro da lista
As Nações Unidas destacaram ontem (6) os progressos na desmobilização de menores conseguidos pela ex-guerrilha Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), no marco do acordo de paz naquele país. e exigiram de outros grupos, como o Exército de Liberdade Nacional (ELN), medidas na mesma direção.
As duas guerrilhas colombianas aparecem na última “lista negra” de partes de conflitos em todo o mundo que violam os direitos das crianças, apresentada na sexta pela ONU, que acusa ambas de recrutar ou utilizar menores durante o ano de 2016.
No caso das Farc, no entanto, a ONU reconhece os esforços da antiga guerrilha para melhorar a proteção dos menores e a coloca em um patamar diferente dentro da lista. O relatório destaca que o número de casos de recrutamento infantil diminuiu desde que as Farc se comprometeram durante as negociações de paz a acabar com essa prática.
A ONU aprova a desmobilização de menores que faziam parte da guerrilha e as disposições para proteger as crianças incluídas no acordo de paz com o governo. Em uma entrevista coletiva, a representante especial para as crianças e os conflitos armados da ONU, a argentina Virginia Gamba, disse hoje que as Farc estão trabalhando “na direção adequada” e demonstrando o seu compromisso.
Virginia lembrou que o relatório se refere ao ano de 2016 e, embora reconheça que ainda há problemas, disse que a ONU está trabalhando com o grupo para continuar melhorando a proteção dos menores.
Enquanto isso, o ELN aparece na lista “negra” como uma das organizações “que não colocaram em prática medidas no período do relatório para melhorar a proteção das crianças”. No texto, a ONU expressa a sua preocupação pelo recrutamento e o uso de meninos, meninas e adolescentes por grupos armados na Colômbia, em particular o ELN, e pede o fim de tais práticas.
“Apesar da diminuição da intensidade do conflito e da retirada das Farc, a presença de grupos armados não estatais como o ELN e de grupos pós-desmobilização, bem como de dissidentes das Farc, seguiram causando problemas em matéria de proteção infantil”, aponta o documento.
O relatório é referente ao ano passado e foi preparado antes de o ELN e o governo colombiano anunciarem em setembro deste ano um cessar-fogo bilateral.
Informações Agência Brasil. (Foto:Reprodução)