IMB e Segplan traçam panorama da infância em Goiás
Números apontam diminuição do número de crianças na população e que maiores violações contra faixa etária no ano passado se deu por negligência dos próprios responsáveis
Um levantamento
do Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (IMB) em
parceria com a Secretaria de Gestão e Planejamento (Segplan) traçou um retrato
da infância em Goiás. Utilizando-se de comparativos com indicadores sociais
para menores de 14 anos de idade e baseando-se em censos demográficos do IBGE,
soube-se que houve uma redução no número de crianças no Estado.
A projeção dá
conta de que deva ocorrer ainda nos próximos anos uma redução na participação
de crianças na população absoluta do país. Para se ter uma ideia, no ano 2000 o
percentual de crianças atingia a marca de 30% – em 2030, estima-se que seja de
apenas 17% no Estado de Goiás, número 1% menor do que a média nacional (18%).
Segundo o estudo, Goiás conta com 6,8 milhões de habitantes, ao
passo que 22% são crianças – 50,5% do sexo masculino e 49,5% do sexo feminino, números
que em suma, são correspondentes a 1,47 milhão de pessoas. Maioria absoluta das
crianças vivem em áreas urbanas (91,48%) e retratam o povo brasileiro e sua
miscigenação, tendo a pele na cor parda (60,34%).
Os indicadores selecionados para se elaborar o informe técnico, ou
seja, o cenário da infância no Estado, seriam importantes, de acordo com o
IMB/Segplan para que seja avaliada e seguida de perto a situação do direito das
crianças na região.
Horizontes
Pensando em aspectos importantes para a infância, como a educação,
a pesquisa mostrou ainda que 75,8% das crianças frequentam escola ou creche. Os
números mostraram uma realidade positiva, onde as crianças do 3º ano do Ensino
Fundamental da rede pública apresentaram desempenhos acima da média nacional em
3 áreas avaliadas: leitura, escrita e matemática.
Os bons números também refletiram na situação da renda familiar de
crianças entre 0 e 14 anos, mesmo com os índices de situação de pobreza
continuando em percentual elevado. Estima-se que 30% das famílias que vivam com
renda domiciliar per capita mensal igual ou inferior a R$ 234,00.
Igualmente avaliada, a saúde mostrou que a taxa de mortalidade
infantil em Goiás foi de 12,2 pra mil nascidos vivos, número abaixo da média
nacional, de 12,4%.
Em caráter de denúncia, o levantamento do IMB/Segplan também trouxe
clareza para as violações. Segundo os números, os maiores atentados contra
crianças e adolescentes no ano passado se dão por negligência dos próprios
responsáveis, relacionadas à ausência ou ineficiência no cuidado, violência
psicológica (23,47%), violência física (21,22%), violência sexual (11,72%) e
exploração do trabalho infantil (3,98%).