Voto aberto ou secreto ainda é dúvida na votação sobre o futuro de Aécio
“A regra da Constituição é clara: o voto neste caso tem que ser aberto, claro e transparente”, defendeu o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP)
Sem atividade parlamentar,
passaporte e proibido de sair de casa à noite, desde 26 de setembro, por
decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), o senador Aécio
Neves (PSDB-MG) terá o futuro decido amanhã (17) pelos colegas no Senado. Em uma
sessão no plenário da Casa o tucano pode retornar ao cargo caso a maioria dos
senadores, 41, opte pela derrubada da decisão do Supremo.
Contra Aécio pesa a decisão
liminar do juiz federal Márcio de Freitas, do Distrito Federal. Ele proibiu que
a votação seja secreta. Caso a liminar seja derrubada, o presidente da Casa,
Eunício Oliveira (PMDB-CE), vai decidir
como encaminhará a votação, antes porém, pretende discutir o assunto com os
líderes dos partidos.
Votação
Para garantir a decisão da
Justiça Federal de Brasília de fazer a votação aberta, o senador Randolfe
Rodrigues (Rede-AP), favorável ao afastamento de Aécio, protocolou na manhã
hoje mandado de segurança no STF. “A regra da Constituição é clara: o voto
neste caso tem que ser aberto, claro e transparente”, defendeu.
O líder do PMDB, Raimundo Lira
(PB), não declarou voto, mas afirmou ser pessoalmente favorável a votação
aberta. O PMDB tem 23 dos 81 votos. Em uma rede social a senadora Ana Amélia
(PP-RS) adiantou como vai votar. “Espero que essa votação seja com voto aberto,
de forma transparente! Votarei para manter a decisão do STF, pelo afastamento
do senador”. Para o senador Roberto Requião (PMDB-PR), o Senado deve agora
apoiar o afastamento, sob o risco de se desmoralizar. De acordo com ele, cabe à
Casa legislativa mostrar que não é complacente com a corrupção.
Outro partido, o PT, que
inicialmente chegou a criticar a decisão do STF de afastar Aécio do mandato,
voltou atrás. Em reunião prevista para amanhã, antes da votação, a sigla deve
fechar questão e votar pela manutenção das medidas contra o tucano.
Histórico
À época da prisão em flagrante do
então senador Delcídio do Amaral, em 2015, com o apoio do PSDB e de Aécio, o
Senado decidiu derrubar a prerrogativa de votação secreta e registrar abertamente
o voto dos senadores. O ex-petista acabou afastado por 59 votos a favor, 13
contra e uma abstenção.
Fonte: Agência Brasil. Foto: Reprodução