Três indiciados ao final do inquérito
Engenheiro, supervisor geral do Parque e presidente da Agetul responderão por lesão corporal
*Aline Carlêto
Na tarde de ontem (19), o inquérito do brinquedo Twister, do Parque Mutirama, em Goiânia, foi finalizado. O delegado Isaías Pinheiro, responsável pelo caso, informou em coletiva nesta sexta-feira, no 1º Distrito Policial de Goiânia, que o engenheiro mecânico, José Alfredo Rosendo Coelho, o supervisor geral do Parque, Wanderley Alves Siqueira, e o presidente da Agência Municipal de Lazer e Turismo (Agetul), Alexandre Magalhães, responderão pelo crime de lesão corporal.
O engenheiro será o único a responder pelo crime na modalidade “grave por dolo eventual”. Isso porque Rosendo teria conhecimento de que o eixo do brinquedo estava comprometido. Segundo o delegado, o acidente poderia ter sido evitado se houvesse feito a troca de uma peça, que custaria cerca de R$ 3 mil, e o profissional estava ciente do fato. Além disso, ele informou que o Twister havia sido reformado em 2012, e o engenheiro indiciado era o responsável pela empresa que fez a vistoria.
Tanto o supervisor geral do Parque, quanto o presidente da Agetul, responderão por lesão corporal culposa. Tal fato se justifica pela omissão dos agentes em permitir o funcionamento do Parque sem profissionais responsáveis. Rosendo era o responsável pelo Parque até o final do ano passado. Desde a saída dele, o Mutirama vinha funcionando sem a supervisão de um profissional credenciado no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (Crea-GO).
O delegado ressaltou que o número de vítimas no acidente interfere na possível condenação dos indiciados. Todos os três responderão pelo crime multiplicado pelos danos causados às pessoas que saíram feridas na tragédia.
No acidente, que aconteceu dia 26 de julho deste ano, treze pessoas foram vítimas. Onze foram levadas para o hospital. Um paciente foi classificado como em estado grave, e outro em estado gravíssimo. Todos eles já passam bem.
O documento finalizado pelo 1º Distrito Policial de Goiânia coleciona quase 300 páginas. O delegado informou que contém laudos e depoimentos.
A administração passada do Parque não foi indiciada, pois na gestão havia Rosendo, como engenheiro, respondendo pelo funcionamento do local.
O inquérito foi encaminhado para o Ministério Público. O órgão deve analisar o que foi colecionado, e, posteriormente, oferecer a denúncia para o Poder Judiciário.
(Aline Carlêto é integrante do programa de estágio do jornal O Hoje, sob a supervisão de Naiara Gonçalves)