Estado de conservação das rodoviais piora em 2017, diz CNT
Ao longo de 30 dias, pesquisadores percorreram 105,8 mil quilômetros. Toda a extensão pavimentada das rodovias federais e as principais rodovias estaduais do país foram avaliadas
O estado de conservação das
rodovias brasileiras piorou em 2017 se comparado com o ano anterior. É o que
mostra a pesquisa sobre a malha rodoviária nacional que a Confederação Nacional
do Transporte (CNT) realiza anualmente, com apoio do Serviço Social do
Transporte (Sest) e do Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat).
Divulgada hoje (7), a 21ª edição
do levantamento aponta que o país precisaria investir quase R$ 294 bilhões para
ter uma infraestrutura rodoviária adequada à demanda nacional. Além da queda na
qualidade do estado geral das rodovias pesquisadas e da falta de investimentos,
a pesquisa identificou 363 trechos de rodovias com pontos que, segundo a CNT,
representam grave riscos à segurança dos usuários e queda da eficiência do
transporte.
Ao longo de 30 dias,
pesquisadores percorreram 105,8 mil quilômetros – 2,5 mil quilômetros a mais
que em 2016. Toda a extensão pavimentada das rodovias federais e as principais
rodovias estaduais do país foram avaliadas.
Segundo o diretor-executivo da
CNT, Bruno Batista, a queda na qualidade do estado geral das rodovias está demonstrada
no fato de, este ano, os pesquisadores terem classificado 61,8% da extensão
pesquisada como regular, ruim ou péssima e apenas 38,2% como boas ou ótimas. Em
2016, estes índices eram de, respectivamente, 58,2% e 41,8%.
O aspecto em que o índice mais se
deteriorou foi o relativo à sinalização. O percentual da extensão de rodovias
com sinalização considerada como ótima ou boa caiu para 40,8%, frente aos 48,3%
alcançados no ano passado. Dessa forma, aumentou para 59,2% o percentual de
sinalização regular, ruim ou péssima.
Soluções
Para a CNT, é urgente a
implementação, pelo governo federal, de um plano para reparar os principais
problemas identificados na pesquisa, dentre os quais, a reconstrução de 1.136
quilômetros de rodovias onde a superfície do pavimento está destruída e a
restauração de 27.681 quilômetros de malha onde foram identificadas trincas,
remendos, afundamentos, ondulações ou buracos; além da construção de
acostamentos em 47.270 quilômetros e a pintura de faixas centrais e laterais
onde estas não existem.
Além disso, a confederação
defende o fortalecimento dos órgãos públicos que atuam no setor, como o
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e a PRF; a
modernização dos sistemas de fiscalização e controle de obras públicas de
infraestrutura rodoviária e a reformulação do modelo brasileiro de concessões
rodoviárias como forma de estimular os investimentos privados.
“O quadro se agrava a cada dia,
pois os investimentos feitos pelo governo são poucos. E as concessões feitas há
três, quatro anos, foram feitas apenas para mexer com valores de tarifas, e não
com um plano de investimentos”, acrescentou Benatti.
Com informações da Agência Brasil. Foto: Reprodução