Empresas de alto crescimento elevam em 20% total de empregados
A pesquisa mostra que 12,4% das empresas conseguiram crescer 20% ou mais de 2014 para 2015, gerando emprego em um ano de perda de atividade econômica
Observou que esse é o terceiro
ano consecutivo de queda do número de empresas de alto crescimento no Brasil.
“O que chama a atenção em 2015 é a magnitude dessa queda”. Em 2013, o recuo foi
de 5,2% em relação a 2012; em 2014, atingiu -6,4% sobre 2013 chegando a -17,4%
em 2015 em comparação a 2014.
A economista lembrou que a crise
no país influenciou os resultados com inflação em alta, desemprego crescente e
massa salarial caindo.
Salientou que cumprir a condição
de ser uma empresa de alto crescimento não é fácil porque ela tem que crescer,
em média, 20%. Explicou que essas empresas medem o ritmo de contratação e, em
épocas de crise, tendem a diminuir em termos de número.
Postos de trabalho
Segundo o levantamento do IBGE,
enquanto o Brasil mostrou redução de 291,9 mil postos de trabalho assalariado
entre 2012 e 2015, os empregados das empresas de alto crescimento subiram de
1,3 milhão em 2012 para 3,5 milhões em 2015, aumento de 172,1%.
“O que equivale a um aumento de
2,2 milhões de pessoas ocupadas. São empregos que foram gerados por empresas de
alto crescimento entre 2012 e 2015”, afirmou Isabella. “Esse número mostra a
importância de se jogar luz sobre essas empresas. Elas podem ser poucas, mas
são importantes na economia porque geram 67,7% dos empregos”, completou.
As empresas de alto crescimento
pagavam, em 2015, R$ 90,4 bilhões em salários e outras remunerações, com ganho
médio mensal de 2,7 salários mínimos. Elas mostraram receita líquida de R$
718,2 bilhões, enquanto as empresas ativas geraram R$ 6,6 trilhões.
A pesquisa revela, ainda, que as
empresas de alto crescimento têm média de idade de 13,7 anos contra 15,3 anos
das companhias com dez ou mais pessoas ocupadas assalariadas. O maior número de
empresas de alto crescimento está concentrada na faixa de idade entre dez e 20
anos (34,5%). Essa mesma faixa etária concentra o maior número de pessoal
ocupado (33,8%) e de salários (32,8%).
Serviços
A maioria das empresas de alto
crescimento em 2015 era encontrada no setor de serviços (33%). Seguiam-se
comércio (26,5%), indústria (19,9%) e construção (11,2%). Nas empresas de dez
ou mais empregados, a indústria tem maior representatividade em termos de valor
adicionado.
A maioria dos empregados nas
empresas de alto crescimento em 2015 era de homens (61,9%), enquanto as
mulheres representavam 38,1%; os empregados com ensino superior completo
chegavam a 12,6%. A Região Sudeste apresentou em 2015 a maior concentração de
unidades locais de empresas de alto crescimento (47,7%) e de pessoal ocupado
(50,2%).
Resilientes
O levantamento do IBGE destaca as
chamadas empresas resilientes, nome dado às de alto crescimento em 2014 que
continuaram crescendo 20% ou mais no ano seguinte, apesar da crise instalada no
país.
A pesquisa identificou que – do
total de 31.223 empresas de alto crescimento identificadas em 2014 – somente
3.965 eram resilientes, o equivalente a
12,8%. Isso pode ser atribuído ao ambiente econômico desfavorável à expansão das
empresas e, inclusive, à contratação, avaliou Isabella Nunes.
A pesquisa mostra que 12,4% das
empresas conseguiram crescer 20% ou mais de 2014 para 2015, gerando emprego em
um ano de perda de atividade econômica.
As resilientes são mais jovens e,
em 2014, estavam concentradas entre aquelas com 50 a 249 empregados, ou seja,
são de porte médio. Já as demais empresas de alto crescimento se concentravam
na faixa de dez a 49 pessoas ocupadas assalariadas.
O setor de serviços lidera as
atividades das empresas resilientes, com destaque para informação e
comunicação; atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados;
atividades administrativas e serviços complementares; educação; e saúde humana
e serviços sociais.
Fonte: Agência Brasil. Foto: Reprodução