Guilherme Araujo**

Foi em 2015 que o diretor
de arte Jonatha Medeiros se mudou para Nova York. Natural de Campina Grande, na
Paraíba, o jovem de 26 anos conta que um dos pontos altos de sua mudança foi a
Black Friday: “No Brasil, só comprava CDs e DVDs a 50% de desconto. Aqui as
coisas são bastante diferentes”, explica. Ele enumera que só no ano passado
levou para casa uma TV de 55 polegadas, roupas, perfumes e até uma impressora –
tudo por uma bagatela. “Confesso que fiquei ansioso. Já para este ano, fiz
listas e estou mais tranquilo. Sempre penso antes de comprar algo, esperando a
data”, brinca.

Estrategicamente posicionada
após o feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos, no Brasil, a data que já
ganhou o mundo com bons olhosde quem procura grandes descontos vem de encontro
ao momento das festas de fim de ano. É justamente nesta época que o consumidor
recebe o 13º salário e coincidentemente, comemora Natal e Ano Novo – belas
oportunidades para gastar.

Justamente por isso, em sua 8ª edição no Brasil, a Black
Friday tem se tornado uma das datas mais quentes do comércio do país, conforme
explica o economista e coordenador do curso de
Ciências Econômicas da PUC Goiás, Gesmar José Vieira. Segundo ele, a data se trata de um grande evento,
especialmente para o comércio online: “Hoje, sabe-se que cerca de 90% dos
compradores da Black Friday no Brasil fazem suas compras online”.

Ainda segundo Gesmar José,
além de preferir fazer suas compras pela web, o comprador possui outras
características que desenham um perfil: “Geralmente são pessoas entre 25 e 50
anos, das classes A, B e C”.

A fim de promover um aproveitamento maior do momento, o
professor destaca que o primordial é buscar sites confiáveis: “É importante
também checar se as lojas existem realmente e conferir os preços, acessando o
endereço online previamente, já que os valores podem ser aumentados se
comparados com o proposto anteriormente. Neste caso, temos uma fraude”. Mesmo
sendo necessário se atentar para o controle dos gastos e evitar dívidas, usar
os cartões de crédito também é a medida mais segura: “Além de ter um tempo um
pouco maior para pagar as compras, se houver uma possibilidade de erro a loja
pode fazer o estorno”, explica.

Expectativas

Para este ano, a
perspectiva é animadora. O consumidor passou a acreditar na proposta das
campanhas para a data e enxergar benefícios concretos na compra, como é o caso
da publicitária Giovanna Dieguez. Ela diz que há pelo menos 3 anos costuma
comprar coisas na Black Friday e que nunca teve problemas, continuando a
participar das liquidações: “Neste ano, no entanto, prefiro fazer minhas
compras na loja física por ter a opção de guardar os produtos”.

A publicitária afirma que
neste ano suas expectativas são maiores: “Vou comprar coisas para casa, como
fogão, geladeira, máquina de lavar… então para tal seria preciso
planejamento” – algo que o brasileiro tem tido cada vez mais. Os números
mostram que, no ano passado, a Black Friday teve um crescimento nominal de 8,7%
em comparação com o ano anterior, segundo o Índice Cielo de Varejo Ampliado
(ICVA).

Pouco a pouco mudando essa reputação, um levantamento feito pela
empresa especializada em pesquisas online para analisar e entender o perfil e
os hábitos do consumidor, Ebite, mostra que 44% dos consumidores consultados
fizeram compras na última Black Friday. Não o bastante, 81% dos consumidores
disseram pretender fazer compras na próxima sexta-feira (24).

Pensando em garantir maior segurança, o Procon lançou na última semana uma cartilha
com cuidados que o consumidor deve tomar ao fazer suas compras, evitando a chamada “lista suja”,
que enumera sites não confiáveis para compras na ocasião. A lista completa pode
ser conferida clicando aqui.

Confira 8 dicas que podem ajudar o consumidor a usufruir da
melhor maneira possível da Black Friday:

·
Fazer uma lista dos itens que deseja comprar
para evitar compras que não são prioritárias;

·
Fazer uma segunda lista dos itens de compras
para o Natal. Caso caiba dentro do orçamento, poderá aproveitar os preços
ofertados;

·
Realizar as pesquisas de preços dos itens antes
da Black Friday;

·
Utilizar a internet como meio para realizar a busca
de preços;

·
No dia da compra ter as pesquisas salvas no
celular ou impressas;

·
Concretizar a compra se os descontos e condições
forem favoráveis;

·
Aproveitar a oportunidade do evento, não achar
que conseguirá no dia seguinte melhores ofertas;

·
Aproveitar os estoques que as redes
disponibilizam no dia do evento.

**Guilherme Araujo é integrante do programa de estágio do jornal OHoje.com, sob supervisão de Naiara Gonçalves.