Reforma da Previdência é vital para equilibrar economia, diz presidente do BC
Ilan Goldfajn disse que o cenário externo é um benefício para o Brasil, mas é prudente não considerar que essa situação vai continuar
O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, defendeu hoje (13), em
Brasília, a aprovação da reforma da Previdência para dar segurança à economia
brasileira, independentemente de mudanças no cenário externo e interno do país.
Ele concedeu entrevista para
comentar a economia este ano e a agenda BC+ (medidas para tornar o crédito mais
barato, aumentar a educação financeira, modernizar a legislação e tornar o
sistema financeiro mais eficiente).
O presidente do BC disse que o
cenário externo é um benefício para o Brasil, mas é prudente não considerar que
essa situação vai continuar.
“É algo que não está no nosso
controle”. Ele disse que os ajustes e reformas na economia, em particular a da
Previdência, são fundamentais para o equilíbrio da economia, com sustentação da
inflação e taxa de juros baixas.
2017 foi ano positivo
Goldfajn disse que não faz
comentários sobre questões político-eleitorais do próximo ano. “O Banco Central
cumpre sua missão permanecendo técnico. Isso também diz respeito à minha
pessoa”, disse.
Para ele, 2017 foi um ano
positivo pela combinação “rara de redução significativa da inflação”, queda da
taxa básica de juros, a Selic, e recuperação da economia de forma disseminada,
após dois anos de recessão.
“A partir do final do ano
passado, tivemos uma queda substancial da inflação. Essa queda foi e está sendo
importante para a população brasileira porque aumentou o poder de compra e
permitiu o aumento do consumo, o que viabilizou o começo da recuperação
econômica”, disse.
Ele defendeu que a política
econômica mudou de direção, ao ser menos intervencionista e não congelar
preços, além de ter criado o teto de gastos, ter feito a reforma trabalhista e
buscar a reforma da Previdência. Disse, ainda, que o BC foi firme em não elevar
a meta de inflação para 2017 no momento em que os preços subiam.
Risco de bolha no mercado de
moedas virtuais
Na entrevista, o presidente do
Banco Central alertou para o risco de bolha no mercado de moedas virtuais.
“Moedas virtuais do jeito que
estão hoje com essa subida vertiginosa, onde não há lastro, não há ninguém para
regular, levam a um risco tal que o Banco Central emitiu um comunicado
alertando para os riscos”, disse.
Ele destacou que essas moedas têm
atualmente duas funcionalidades. Uma delas é comprar para vender na frente com
a alta.
“É uma bolha, uma pirâmide”,
disse. A outra “funcionalidade” é usar como instrumento de atividade ilícita.
“Usar as moedas virtuais não isenta da pena, da punição”, alertou
Com informações da Agência Brasil. Foto: Wilson Dias/Agb