Presidente do Peru diz que não renunciará por conta de pagamentos da Odebrecht
O Força Popular, partido de direita que tem a maioria das cadeiras no Congresso, pediu que o presidente renunciasse até o final do dia de ontem (14)
O presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, disse que não
renunciará por conta do escândalo envolvendo pagamentos feitos pela empreiteira
brasileira Odebrecht há cerca de uma década para uma empresa que ele controlava
na época em que ocupava um cargo público.
Em pronunciamento transmitido pela TV nessa quinta-feira
(14), ao lado de integrantes de seu gabinete e parlamentares de seu partido,
Kuczynski reconheceu que era dono da empresa Westfield Capital Ltd, mas afirmou
que não a gerenciava enquanto ocupava cargos públicos e negou quaisquer
irregularidades.
Antes do discurso de Kuczynski, lÃderes de vários partidos no
Congresso controlado pela oposição prometeram lutar para tirá-lo do poder caso
ele não o deixe voluntariamente. O Força Popular, partido de direita que tem a
maioria das cadeiras no Congresso, pediu que o presidente renunciasse até o
final do dia de ontem.
“Sou um homem honesto e o fui por toda a minha vida.
Estou disposto a defender a verdade”, disse Kuczynski, um ex-banqueiro de Wall Street de 79 anos. Ele disse que abrirá mão de seu
sigilo bancário e prometeu se submeter a questionamentos do Congresso e da
procuradoria-geral do paÃs.
Escândalo
A Odebrecht está no centro do maior escândalo de corrupção da
América Latina desde que admitiu subornar polÃticos em mais de dez paÃses. A
empreiteira de origem brasileira não citou publicamente aqueles que teriam
recebido propinas no Peru, mas prometeu colaborar com as autoridades para
determinar quem participou de seus esquemas.
A promessa de Kuczynski de resistir, após uma semana de
escalada nas tensões, pode ampliar a pior crise polÃtica no Peru desde que o
ex-presidente Alberto Fujimori fugiu do paÃs em meio a um escândalo de
corrupção no ano 2000.
O atual escândalo abalou os mercados de uma das economias
mais estáveis da região e segundo maior produtor mundial de cobre.
Fonte: Agência Brasil e Reuters. (Foto: Divulgação/Reuters)