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segunda-feira, 25 de novembro de 2024
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Estatísticas

Pesquisa da UFG identifica perfil dos jovens que nem estudam e nem trabalham

15% das mulheres e 9% dos homens goianos entre 15 e 24 anos estão nessa situação; dados refletem sociedade patriarcal brasileira

Postado em 27 de dezembro de 2017 por Márcio Souza
Pesquisa da UFG identifica perfil dos jovens que nem estudam e nem trabalham
15% das mulheres e 9% dos homens goianos entre 15 e 24 anos estão nessa situação; dados refletem sociedade patriarcal brasileira

Ser mulher, casada, com filhos e
idade acima de 19 anos são os principais fatores que levam jovens a ocupar o
lugar “nem, nem”, aquele destinado a quem “nem estuda, nem trabalha”. O perfil
foi identificado por uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Goiás
(UFG), que relacionou os dados a um reflexo da sociedade patriarcal brasileira.

“A mulher é a que mais ocupa esse
espaço. A hipótese é a de que ela está direcionada aos afazeres domésticos e
aos cuidados com a família”, afirma a pesquisadora Kadny Macêdo. Segundo o
levantamento, com base no Censo Demográfico de 2010 das regiões metropolitanas
do Brasil para jovens de 15 a 24 anos, 17% das mulheres acumulam o contingente
dos “nem, nem”, enquanto 9% dos homens também se encontram nessa situação.

Em Goiás, mais de 15% das
mulheres e 9% dos homens não estão no mercado de trabalho, nem em escolas
formais e não estão procurando emprego. “Em relação a outras regiões
metropolitanas, o estado apresenta uma das menores taxas de jovens ‘nem, nem’”,
diz.

Assim como identificado, entre os
fatores mais relevantes que levam os jovens homens a estarem fora do mercado de
trabalho e da escola formal estão a presença da renda de aposentadoria em
domicílio e a idade avançada, entre 18 e 24 anos. “A idade corresponde àquela
em que o jovem estaria se direcionando à entrada na universidade. Percebemos
que à medida que a idade avança, tanto para homens quanto para mulheres,
aumenta-se a probabilidade do jovem entrar na estatística do ‘nem, nem’”, chama
a atenção o orientador da pesquisa e professor da UFG, Sandro Mansueto.

Papel da mãe

Uma curiosidade da pesquisa foi a identificação da influência materna na
entrada dos jovens ao mercado de trabalho e/ou em instituições de ensino
formais. De acordo com os dados, a mãe que completou o ensino superior e a mãe
que possui religião cristã são as duas variáveis que geram a redução da
probabilidade do jovem ocupar o espaço do “nem, nem”. “A mãe com ensino
superior e a mãe que tem religião foram a duas variáveis que tendem a reduzir a
entrada do jovem nessa estatística. E a mulher jovem tende a sofrer uma maior
influência dessa mãe”, afirma Kadny Macêdo.

A influência do pai não foi
considerada uma variável relevante pela pesquisa. “Novamente o dado reflete a
sociedade machista, que transfere para a mãe a responsabilidade pela criação
dos filhos”, analisa a pesquisadora, que espera que os resultados possam
contribuir para a formulação de políticas públicas que atendam especialmente
as mulheres jovens.

Foto: Reprodução

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