Presidiários que controlam penitenciária na Colônia Agroindustrial
Os depoimentos constam do relatório produzido esta semana pelo Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) por ordem da presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF)
Detentos do regime semiaberto da Colônia Agroindustrial do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia relataram que a unidade não é controlada por agentes penitenciários, mas por presos das alas B e C, que impõem o medo aos demais internos.
Os depoimentos constam do relatório produzido esta semana pelo Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) por ordem da presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, após duas rebeliões ocorridas nos primeiros dias do ano deixarem ao menos nove mortos, dois dos quais decapitados.
Segundo o documento, três dos seis detentos ouvidos no dia 3 de janeiro “confirmaram a tensão por causa da superpopulação, do problema de falta de água constante e da falta de energia. Reclamaram da demora na análise de processos e realização de audiência”.
De acordo com os presos, “os agentes não conseguem dominar a cadeia, que é dominada por presos das alas B e C”. Os detentos confirmaram disputas entre facções que dominam tais alas, mas não as nominaram. Eles foram ouvidos pelo presidente do TJ-GO, desembargador Gilberto Marques Filho.
A situação em Aparecida de Goiânia é conhecida ao menos desde 2015, quando um relatório da Corregedoria-Geral de Justiça do TJ-GO já havia relatado a precariedade da situação do sistema de cumprimento de pena no regime semiaberto, com o risco de novas rebeliões.
Informações Agência Brasil. (Foto: Reprodução)