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quarta-feira, 27 de novembro de 2024
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Expectativa

Copom pode reduzir juros básicos pela 11ª vez seguida nesta semana

Taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia

Postado em 4 de fevereiro de 2018 por Victor Pimenta
Copom pode reduzir juros básicos pela 11ª vez seguida nesta semana
Taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia

Pouco mais de um mês depois de reduzir os juros básicos para o
menor nível da história, o Comitê de Política Monetária do Banco Central
(Copom) faz a primeira reunião de 2018 esta semana para definir os rumos da
Taxa Selic. A expectativa de instituições financeiras é que os juros caiam de
7% para 6,75% ao ano.

Se a expectativa se confirmar, será o 11º corte seguido na
taxa básica. Em dezembro, o Copom reduziu, por unanimidade, a Selic em 0,5
ponto percentual, de 7,5% para 7% ao ano, o menor nível da história.

Anteriormente, o recorde inferior da taxa Selic havia sido
registrado de outubro de 2012 a abril de 2013, quando a taxa ficou em 7,25% ao
ano. Em seguida, a taxa foi reajustada gradualmente até alcançar 14,25% ao ano
em julho de 2015, patamar mantido nos meses seguintes. Somente em outubro de
2016, o Copom voltou a reduzir os juros básicos da economia.

Inflação

Apesar da expectativa do mercado financeiro de nova redução
dos juros, o ex-diretor do Banco Central (BC) Carlos Eduardo Freitas diz que o
ideal seria a autoridade monetária manter os juros básicos em 7% ao ano e
esperar a próxima reunião, no fim de março, para decidir se baixará os juros.
Segundo ele, a taxa real – diferença entre a Selic e a inflação – está baixa, e
uma nova redução traria o risco de a inflação ter uma leve alta.

“Minha impressão é que o Banco Central não tem espaço para
cortar mais 0,25 ponto percentual da Selic. Isso pressionaria a demanda, que
pode ficar em excesso num momento de recuperação econômica e resultar na
elevação de preços lá na frente. Eu preferiria esperar até março para ver se a
economia vai se firmar para decidir se é possível uma nova redução”, diz
Freitas.

A expectativa do mercado financeiro é que a inflação, medida
pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), termine este ano em
3,95%, abaixo do centro da meta de, 4,5%. Para o ex-diretor do Banco Central,
também não existem motivos para o Banco Central aumentar os juros, mesmo com as
seguidas altas nos preços dos combustíveis. “Os combustíveis têm peso fraco no
IPCA. O índice de inflação é uma média e é importante lembrar que os demais
preços estão sob controle. Não vai existir uma supersafra este ano, mas isso
não significa que os preços dos alimentos vão subir”, acrescenta.

Apesar de recentes oscilações do dólar, Freitas diz que não
existe uma pressão do câmbio sobre os preços no momento. Ele ressalta que o
quadro pode mudar dependendo da economia internacional e das tensões eleitorais
no Brasil, mas hoje considera remota a possibilidade de alta na Selic nos
próximos meses. “Nem existe uma pressão cambial. O dólar está comportado. Na
verdade, os fatores externos estão neutros este ano, o que não justificaria um
aumento de juros neste e nos próximos meses”, acrescenta.

Referência

A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos
públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de
referência para as demais taxas de juros da economia.

Ao reajustá-la para cima, o Banco Central segura o excesso de
demanda que pressiona os preços, porque juros mais altos encarecem o crédito e
estimulam a poupança. Ao reduzir os juros básicos, a tendência do Copom é
baratear o crédito e incentivar a produção e o consumo, mas enfraquece o
controle da inflação. 

Fonte: Agência Brasil. (Foto: Reprodução/Midiamax)

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