Família acusada por maus tratos de cães da raça pitbull relata dificuldades
Sem móveis na casa, a senhora dorme em uma cadeira de rodas e mantinha animais em situação de maus tratos
*Guilherme Araujo
Aos 69 anos de idade, Inês Nascimento Barbosa vive no bairro
Leste Vila Nova, zona Norte da capital. Dependente de um andador, a senhora
costuma dar passos lentos para entrar na casa que vive com o filho, Márcio
Adriano Barbosa. O local, abandonado e em situação precária, serve de teto a
ambos – e assim foi, igualmente, para 19 cães que estavam em situação de maus tratos.
Viviam no local 16 pitbulls e 3 vira-latas, todos levados
pela Delegacia do Meio-Ambiente para o Centro de Zoonoses da capital, na última segunda-feira (19) após
denúncias encaminhadas por vizinhos. De lá, após um período de observação de
aproximadamente 10 dias, os animais estarão aptos à adoção.
A idosa lamentou que os bichos fossem levados. “Eles nunca
me morderam”, relembra. Cuidada pelo filho, usuário de drogas, que a ajuda nas
atividades domésticas, banho e locomoção, ela ressalta que os animais eram
mantidos no local para reprodução, com fins lucrativos. No entanto, a situação
chegou ao ponto de a reprodução ter se tornado incontrolável.
Situação
A idosa possui reumatismo e erisipela, doença infecciosa e
não contagiosa em que o indivíduo apresenta feridas avermelhadas, inflamadas e
dolorosas na pele dos membros inferiores. Tendo chegado a ser internada algumas
vezes na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).
Procurados por assistentes sociais, os familiares de Inês
disseram que a senhora vive em situação precária por vontade própria, já que se
recusa a sair do local e não atendeu à solicitação de conciliação feita pelos
mesmos. Questionado sobre um tratamento, o filho de Inês disse aceitá-lo, sob a
condição de não ser internado.
*Guilherme Araujo é integrante do programa de estágio do jornal OHoje.com, sob a supervisão de Naiara Gonçalves
Foto: Reprodução TV Record