Wilder deve se aliar com MDB
Com o sinal verde da direção nacional do PP, senador vai reunir partido para anunciar aliança com o deputado
emedebista Daniel Vilela
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Venceslau Pimentel*
O senador e presidente estadual do Partido Progressista (PP), Wilder Morais, deve promover nos próximos dias, em caráter extraordinário, reunião da executiva para comunicar sobre sua decisão de formatar aliança com o deputado federal e presidente do MDB, Daniel Vilela, para as eleições deste ano.
Wilder já vinha mantendo conversações com o emedebista, que é pré-candidato a governador, ao mesmo tempo em que tentava emplacar seu nome na chapa majoritária encabeçada pelo vice-governador José Eliton (PSDB). Mas o martelo só foi batido depois do tête-à-tête com o governador Marconi Perillo (PSDB), no domingo, quando teria sido informado que não há espaço na chapa, que terá a senadora e presidente do PSB Lúcia Vânia em dobradinha com o tucano.
Em entrevista ao O Hoje, veiculada na edição de ontem, o vice-governador Zé Eliton, embora reconhecendo o distanciamento de Wilder com o governo, disse que nada estava perdido. Portanto, trabalharia para um acordo com o senador. Eliton parte usa para esse otimismo o fato de a maioria dos prefeitos do PP defender a manutenção da aliança com Marconi. Por isso mesmo, tudo indica que na próxima reunião do partido os prefeitos manifestarão resistência à guinada da legenda, que tem o senador como timoneiro.
Não é de hoje que o pepista tem dito que não há plano B, nem para ocupar uma suplência de senador nem mandato de deputado federal. O plano A, segundo ele, sempre foi a reeleição. Para tanto, considera que trabalho muito, desde 2012, quando assumiu no lugar de Demóstenes Torres, que teve o mandato cassado por tentar favorecer o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinho Cachoeira.
Antes, porém, de fechar com Vilela, Wilder já havia adiantado ao senador e presidente nacional do PP, Ciro Nogueira (PI), as duas possibilidades: compor com o governo ou buscar espaço em outro grupamento político para garantir o seu projeto político de reeleição. Recebeu o aval de Nogueira para conversar com os dois lados. “Ninguém pode dizer que Wilder não tentou compor com o governo”, comentou ontem um parlamentar governista, que preferiu o anonimato.
Pelo menos por enquanto, os deputados federais pepistas Sandes Júnior e Roberto Balestra ainda não se manifestaram sobre o assunto. Sandes disse ontem que prefere aguardar a reunião da executiva para se posicionar. Já Balestra não esconde suas divergências com Wilder. Resta saber se ele acompanharia o senador na travessia da base aliada para o MDB. Por enquanto, ele mantém-se firme no propósito de buscar mais uma reeleição.
Sem perder tempo, Daniel Vilela tenta agora um acordo com o ministro das Cidades, Alexandre Baldy, que deve se filiar ao PP ainda neste mês. Ele vai deixar a pasta para tentar se reeleger deputado federal. O emedebista, ao lado do prefeito Iris Rezende, teve ontem reunião fechado com Baldy, em Brasília.
Na pauta oficial, obras do prolongamento da Avenida Leste-Oeste e da continuidade da Marginal Botafogo. Esse assunto já fez parte de audiência anterior do ministro com Iris, no Paço. Com isso, pode-se presumir que uma eventual composição entre MDB e PP fez parte do cardápio do encontro de ontem.
Financiamento
Ontem à tarde, Ciro Nogueira reuniu a bancada no Congresso Nacional para discutir de que forma se dará a repartição do Fundo Partidário para os candidatos nas eleições de outubro, com o fim do financiamento de empresas nas campanhas.
Nas eleições de 2016 começaram a valer a nova regra, com a permissão de financiamento apenas pelo Fundo Partidário e doações de pessoas físicas, incluindo o próprio candidato.
PTC nacional confirma apoio a Caiado
Em reunião da executiva nacional do Partido Trabalhista Cristão (PTC), nesta quarta-feira (07), o partido referendou sua decisão em apoiar a pré-candidatura do senador Ronaldo Caiado (DEM) ao governo de Goiás.
O senador foi ao encontroem Brasília a convite dos dirigentes do PTC e ouviu de lideranças que a decisão se deu após o sentimento dos correligionários goianos de que o estado anseia por uma mudança política e que Caiado possui as credenciais para liderar o processo.
O presidente nacional da legenda, Daniel Tourinho, ressaltou o consenso durante o processo. Já o presidente do PTC goiano, Fernando Meirelles, explicou que a decisão de apoiar o nome do senador foi confirmada após ouvir filiados de todas as regiões do estado que enxergam em Caiado a principal referência política para as eleições de 2018.
Caiado agradeceu o apoio do partido que passa a integrar a união das oposições em uma aliança para mudar Goiás.